O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, repleto de dados distorcidos e contradições, passou por dez mãos antes de chegar a Nova Yor. Foi escrito e revisado nas últimas semanas por ministros, assessores e até filhos do mandatário.

A lupa final foi do chanceler do Itamaraty Carlos França. Mais curto – 12 minutos – que os dois últimos na ONU, o texto tem as digitais do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins – em citações estrangeiras; do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, com um toque de ufanismo sobre as riquezas do Brasil; e dos filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro.

Mas a revisão ‘vista-grossa’ de Carlos França desagradou até a colegas do Itamaraty. E a repercussão mundo afora é notória.