O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou o discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas como “deplorável”. Para ele, o presidente rompeu a tradição multilateral brasileira e errou gravemente ao atacar povos indígenas.

“Foi possível achar um pouco de civilidade no Trump (Donald Trump, presidente norte-americano) depois dele, por incrível que pareça. Trump conseguiu ser civilizado e democrata em seu discurso. Para ver o quão absurdo foi a fala de Bolsonaro. Foi deplorável”, disse.

No discurso, Bolsonaro reiterou conceitos do “bolsonarismo” ao atacar o socialismo e o que ele classificou como “ambientalismo radical” e “indigenismo ultrapassado”. O presidente brasileiro fez menção direta à França, país que esteve na linha de frente das críticas ao Brasil na questão da Amazônia.

“É possível fazer um discurso duro sem ser tosco, desagradável. Envergonhou o Brasil, rompeu a tradição multilateral brasileira, atacou nações amigas do Brasil tradicionalmente como a França. Se colocou sujeito aos Estados Unidos e não teve a reciprocidade americana no discurso seguinte, de Donald Trump”, avaliou Randolfe.

Para ele, a crítica ao cacique Raoni, líder indígena conhecido mundialmente, significou um ataque aos símbolos brasileiros. “Era a mesma coisa que ter subido à Assembleia da ONU e ter rasgado a bandeira brasileira”, disse.

Randolfe afirmou que é possível que haja algum tipo de reação dos parlamentares à fala de Bolsonaro na ONU, tanto no Senado quanto na Câmara, mas com ações pontuais, como discursos em plenário.

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