Javier Tebas, atual presidente da LaLiga, associação que organiza o Campeonato Espanhol, encaminhou nesta quarta-feira seu quarto mandato no comando da instituição. Com o encerramento do prazo para inscrição de candidaturas nesta terça-feira, sem nenhum adversário para concorrer com o mandatário que está no poder há 10 anos, ele foi declarado presidente de forma provisória, conforme anunciado em comunicado oficial.

“Examinada a candidatura apresentada pelo Sr. Javier Tebas Medrano, verificando que a mesma foi apresentada tempestivamente e que cumpre os preceitos legais e regulamentares aplicáveis ao eleito, e não havendo mais candidaturas, proclamar provisoriamente o Sr. Javier Tebas Medrano como presidente da La Liga”, diz a nota.

A decisão deve deixar de ser provisória nos próximos dias. A La Liga estabeleceu o dia 14 de dezembro como data da próxima reunião da Comissão Eleitoral, com o objetivo de responder possíveis recursos contra a eleição de Tebas ou, caso não sejam protocoladas objeções, torná-lo oficialmente eleito para o quarto mandato. Neste segundo cenário, a sessão pode ser antecipada para 12 de dezembro, quando termina o prazo para interposição de recursos.

Ao longo dos últimos dois anos, Tebas teve de lidar com os inúmeros escândalos de racismo que viraram rotina no Campeonato Espanhol, especialmente contra Vinícius Júnior, do Real Madrid. Quando o brasileiro adotou uma postura mais combativa, depois de um ataque racista massivo em jogo contra o Valencia, no Estádio Mestalla, houve um desentendimento entre ele e o dirigente.

O brasileiro chegou a dizer que a LaLiga e a Espanha estavam cultivando a fama mundial de racistas, afirmação que Tebas respondeu dizendo que o atacante estava “manchando a imagem” do campeonato e do país. Depois da repercussão negativa, o dirigente pediu desculpas. A postura de Vini reverberou mundialmente e fez a LaLiga até pedir mudanças na legislação espanhola para ter mais autonomia na punição a atos racistas.

Tebas renunciou ao cargo de presidente no dia 22 de novembro, pois o regulamento exige tal procedimento para concorrer à reeleição. Advogado de formação, trabalhou em clubes como Badajoz, Alavés, Bétis e Mallorca, antes de chegar à vice-presidência da LaLiga. Foi eleito para o primeiro mandato como presidente em abril de 2013 e, desde então, não deixou mais o cargo. Nas duas últimas eleições, assim como no atual, foi candidato único.