Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC austríaco, Robert Holzmann disse nesta quarta-feira que há amplo espaço para elevar juros, após os dois aumentos de taxas planejados para julho e setembro, a depender das condições de inflação e crescimento econômico na zona do euro.

Em entrevista à emissora CNBC, Holzmann acrescentou, porém, haver indicações de que a inflação poderá atingir o pico durante o outono europeu. Atualmente, a taxa anual de inflação do bloco está no nível recorde de 8,1%. Holzmann falou na cidade portuguesa de Sintra, onde participa do Fórum do BCE.

Integrante do Conselho do BCE, Gediminas Simkus defendeu que, se houver deterioração nos dados de inflação, a autoridade monetária deve considerar um aumento de 50 pontos-base nos juros em julho.

Durante entrevista à Bloomberg TV, o dirigente – que é presidente do Banco da Lituânia – argumentou que o BCE deve avançar “decisivamente” na normalização de seus instrumentos para conter a recente escalada inflacionária.

Segundo ele, em junho, o BC europeu sinalizou elevação de 25 pontos-base no mês que vem. “Se os dados mudarem e virmos aceleração da inflação em comparação com o início de junho, é claro que precisaremos pensar em decisões mais poderosas para reduzir a inflação”, disse.

Simkus expressou preocupação com o risco de fragmentação, isto é, o aumento da divergência nos custos de empréstimos entre os países da zona do euro. Na visão dele, a decisão do BCE de acelerar os trabalhos pela criação de um instrumento contra esse problema é importante. “O risco de fragmentação seria apenas um risco, não um fato”, ressaltou.