Uma sequência de demissões foi anunciada na noite desta sexta-feira, nos Estados Unidos, como consequência do escândalo sexual na ginástica artística do país. Dirigentes deixaram cargos elevados tanto na Universidade de Michigan quanto na Federação de Ginástica dos EUA.

Na universidade, o diretor esportivo, Mark Hollis, anunciou sua renúncia ao cargo que ocupava há dez anos. “Quando você observa tudo o que aconteceu, esta é a razão pela qual tomei a minha decisão agora. E espero que isso ajude, ainda que apenas um pouco, no processo de cura [da situação]”, afirmou.

A universidade foi um dos locais onde o médico Larry Nassar cometeu abusos sexuais contra atletas da seleção norte-americana de ginástica nas últimas décadas. O escândalo rendeu a Nassar nesta semana uma condenação de até 175 anos de prisão pelos abusos repetidos ao longo de anos.

Horas antes, a universidade nomeou o vice-presidente Bill Beekman para ocupar provisoriamente o cargo de presidente. Lou Anna Simon anunciou na quinta-feira sua saída do comando da instituição onde Nassar trabalhou ao longo de toda sua carreira de 40 anos. O médico foi demitido pela universidade no início de 2017, logo após a reportagem do jornal Indianapolis Star que revelou as denúncias de abuso sexual.

Em reunião do conselho da universidade, o presidente Brian Breslin afirmou que “estava claro que a instituição não esteve focado o suficiente nas vítimas. Segundo ele, a entidade quer se reunir com elas para discutir os eventos processos que a universidade terá pela frente.

Ainda na noite desta sexta-feira, a Federação de Ginástica do país confirmou que todo o seu conselho de diretores renunciou, a pedido do Comitê Olímpico dos Estados Unidos. O caso ganhou ainda maior repercussão internacional porque Nassar abusou de atletas medalhistas olímpicas, como Aly Raisman, McKayla Maroney, Jordyn Wieber e Simone Biles, considerada um dos maiores fenômenos do esporte atual.