A crise provocada pela pandemia gera acesso “desigual” às vacinas contra o coronavírus, por isso é necessário fortalecer a colaboração para acelerar sua distribuição, disse nesta quarta-feira (24) a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

Em uma mensagem antes da reunião do G20 na sexta-feira, Georgieva instou os países a aumentarem a distribuição de vacinas, para garantir que a covid-19 esteja sob controle.

“Precisamos de uma colaboração internacional mais robusta para acelerar a implantação de vacinas em países pobres”, afirmou.

“Os argumentos a favor de uma ação coordenada são esmagadores”, disse em um post no blog da entidade.

Georgieva indicou que acelerar o fim da crise da saúde aumentaria a receita global em US$ 9 trilhões entre 2020 e 2025 e isso beneficiaria todos os países.

Isso deve incluir financiamento para vacinas, suprindo países com escassez e aumentando a produção, observou.

Em todo o mundo, o número de mortos pela covid-19 está se aproximando de 2,5 milhões, de acordo com uma contagem da Universidade John Hopkins, e as restrições impostas pela pandemia devastaram algumas economias.

Apesar de a distribuição de vacinas gerar expectativa de recuperação econômica ainda este ano, o FMI prevê que nos países do G20 haverá perda de 25 milhões de empregos.

No final de 2022, a renda do capital nos mercados emergentes e países em desenvolvimento – excluindo a China – ficará 22% abaixo do nível pré-crise, em comparação com uma queda de 13% nas economias avançadas, o que significa que milhões de pessoas mergulharão na pobreza extrema, avisou Georgieva.

Os Ministros das Finanças do G20 e os presidentes dos Bancos Centrais vão se reunir por videoconferência para uma reunião na qual Roma será anfitriã. O objetivo é discutir o andamento da recuperação.

A instituição multilateral com sede em Washington estima que metade dos cerca de 110 países emergentes e em desenvolvimento verão suas receitas cair muito mais do que as economias avançadas até o final do próximo ano.

E a crise induzida pelo vírus aumentará a diferença de renda nos países em desenvolvimento, especialmente porque milhões de crianças enfrentam interrupções em sua educação.

“Permitir que se tornem uma geração perdida seria um erro imperdoável. Isso também aprofundaria as cicatrizes da crise”, alertou.