A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Adriana Kugler, disse que, se o progresso na inflação continuar como espera nos Estados Unidos, apoiará cortes adicionais na taxa de juros daqui para frente. Na visão da diretora, os desenvolvimentos econômicos recentes, tendo como pano de fundo a experiência dos últimos quatro anos, validaram o foco do Federal Reserve em reduzir a inflação e prepararam o cenário para a mudança na política monetária que ocorreu na semana passada, quando a taxa básica de juros foi reduzida em 50 pontos-base.

O progresso na redução da inflação até agora, juntamente com o abrandamento no mercado de trabalho, significa que agora as autoridades devem mudar a atenção para o lado do emprego máximo do mandato duplo do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), afirmou Kugler.

As falas foram divulgadas em um texto preparado para sua participação em evento promovido pela Harvard Kennedy School, em Cambridge, Massachusetts.

“O mercado de trabalho continua resiliente, mas o Fomc agora precisa equilibrar seu foco para que possamos continuar progredindo na desinflação, evitando dor e fraqueza desnecessárias na economia, à medida que a desinflação continua na trajetória correta”, afirmou a diretora.

Para a dirigente, certamente, a política monetária rigorosa contribuiu para esfriar a demanda agregada e desacelerar a economia. “Isso foi feito em grande parte pela desaceleração dos gastos com despesas sensíveis a juros, como moradia, bem como automóveis e outros bens duráveis”, disse.

Kugler afirmou que espera um crescimento mais moderado dos gastos pessoais daqui para frente, dado o aumento da inadimplência de cartões de crédito e automóveis, um aumento nos saldos de cartões de crédito e um mercado de trabalho em esfriamento.