Presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Minneapolis, Neel Kashkari estima 60% de chance o BC norte-americano alcançar um ‘pouso suave’ após mais uma elevação potencial de 25 pontos-base nos juros e manutenção das taxas por tempo suficiente para levar inflação à meta de 2% ao ano. Kashkari tem direito a voto nas reuniões de política monetária do Fed deste ano.

“Fizemos progresso substancial na redução da inflação enquanto se manteve um mercado de trabalho saudável”, afirmou ele em artigo publicado no site do Fed.

Em contrapartida, Kashkari calcula 40% de probabilidade de a inflação subjacente se mostrar mais entrincheirada que o esperado, chegando a 3% em vez de 2%. Nessa situação hipotética, o dirigente disse que o Fed elevaria ainda mais as taxas, “potencialmente indo significativamente mais alto para empurrar a inflação à meta”.

“O argumento que sustenta esse cenário é que a maior parte dos ganhos desinflacionários que observamos até hoje foram devidos a fatores do lado da oferta, como a reentrada dos trabalhadores na força de trabalho e a resolução das cadeias de suprimento, em vez de a política monetária conter a demanda”, comentou, acrescentando que a inflação de serviços também tem sido persistente e continua alta em relação aos níveis pré-pandemia.

Ele afirmou ainda que estaria mais confiante no cenário de pouso suave se tivesse mais certeza de que a política está verdadeiramente em nível restrito em relação à neutralidade hoje.

Para Kashkari, existe a possibilidade de que a taxa neutra de juros tenha subido em comparação com antes da pandemia. “A boa notícia é que não precisamos tomar essa decisão agora. Podemos observar o progresso real na redução da inflação ao longo dos próximos meses para determinar qual cenário é o dominante”, concluiu.