O clima está quente pelos lados do Parque São Jorge. Quase um mês depois do ex-zagueiro Paulo André se explicar em carta pública sobre o acordo trabalhista com o timão, o diretor adjunto de futebol do clube Jorge Kalil mostra que não engoliu ainda o desfecho da negociação judicial que tirou do caixa do Corinthians R$750 mil e detonou o jogador: “Você é um lixo, seu Paulo André! Pra mim é lixo. Ponto. Lixo!“.

O ataque do dirigente corinthiano ao ex-atleta, que vestiu a camisa alvinegra entre 2009 e 2014, aconteceu em uma live com o jornalista Alexandre Praetzel, na noite da última quarta-feira (10). O disparo verborrágico aconteceu quando Kalil foi questionado sobre o processo no qual Paulo André moveu contra o ex-clube.

“Eu me nego a falar desse lixo”. A expressão odiosa foi dita por seis vezes durante a live. “Eu me nego a falar desse lixo. Para mim, é um lixo. Ponto. Lixo. Por quê? Porque o que ele fez não se faz. Não era o tal do Bom Senso FC? Não era o presidente? Esse lixo. Cadê o bom senso dele? De pedir hora extra noturna, final de semana. Quem é que apoiou? Não era o bom senso que ele pregava. É bom senso pedir adicional noturno? É bom senso falar que o senhor trabalhou fim de semana?

Atualmente diretor de futebol do Athletico Paranaense, Paulo André foi um dos líderes do movimento fundado em 2013 chamado “Bom Senso Futebol Clube”, que reivindicava melhorias nas relações de trabalhos para os profissionais do futebol. Atacado nas redes pela torcida alvinegra, por causa do processo trabalhista, o ex-jogador fez uma carta pública falando sobre a ação judicial, revelando os bastidores do acordo e admitindo que “errou” por pedir adicional noturno contra o time paulista.

Entenda o caso

Há seis anos, Paulo André entrou na Justiça contra o Timão para reclamar seus direitos trabalhistas. A cobrança de horas extras e adicional noturno, aceito pela Justiça como legal, gerou uma crise no futebol extra campo. O presidente do Corinthians, André Sanchez, chegou a enviar uma carta à Globo, à FPF e à CBF solicitando que não sejam marcados jogos do clube aos domingos, feriados e à noite.

O texto cita “decisões judiciais” como motivo, mas não especificamente o caso de Paulo André. O ex-zagueiro fez um acordo com o clube em 2019 e retirou a ação. Ficou combinado com o próprio Andrés que ele receberia R$ 750 mil parcelados em 15 vezes.

No entanto, vê-se que a batalha jurídica encerrou-se, mas a guerra fora dos tribunais está longe de ter fim e o nome Paulo André ainda causa muita irritação dentro do Parque São Jorge.