O diretor Edgar Wright deu uma entrevista recentemente ao site RadioTimes para falar sobre o ‘Noite Passada em Soho’, seu novo filme de terror psicológico que estrela Anya Taylor-Joy (‘O Gambito da Rainha’) e Thomasin McKenzie (‘Jojo Rabit’). Ele também falou sobre o mercado cinematográfico e sobre a enxurrada de produções derivadas, como remakes, reboots e spin-offs que estão sendo lançadas constantemente.

Embora ele já tenha se aventurado no mundo das adaptações e franquias, como ‘Scott Pilgrim Contra o Mundo’ e também uma tentativa de ‘Homem-Formiga’ que foi cancelada (acabou sendo posteriormente dirigida por Peyton Reed), o currículo de Wright é focado mais em produções originais e filmes independentes. Ele também fez filmes como ‘Baby Driver – Em Ritmo de Fuga’, ‘Sing’ e ‘Turistas’.

“Isso não quer dizer que eu nunca faria algo baseado em uma produção existente”, conta. ‘Mas quando se tem a oportunidade de fazer [algo original], você deve aproveitar’, diz. “Como, por exemplo, depois de ‘Baby Driver’, eu ter tido a ideia para esse filme. É algo que eu queria fazer. É algo que eu podia fazer. Então eu preferi fazer isso ao invés de uma franquia”.

Ele continua. “Sempre me choca quando estúdios não querem investir em filmes originais”,diz. “Porque mesmo as maiores franquias foram, até certo ponto, um roteiro original”.
“‘Alien’ foi um roteiro original em 1979. ‘Star Wars’ foi um roteiro original em 1977. ‘O Exterminador do Futuro’ foi um roteiro original em 1984. Então, acho estranho que com tanta frequência os estúdios estejam nesse tipo de ‘ciclo de morte’, apenas fazendo as mesmas coisas. Por que não inventar o novo ‘Star Wars’ ou o novo ‘Exterminador do Futuro’ ou o novo ‘Alien’?”, diz.

Embora Wright tenha reconhecido que alguns filmes originais ainda são feitos, ele observou que a “recompensa” que os cineastas ganham por essas produções muitas vezes é receber as rédeas de uma grande franquia, em vez de trabalhar em outro novo conceito. “Eu me preocupo que haja cineastas talentosos que talvez tenham feito um ótimo filme independente que vai muito bem em festivais ou prêmios, e então sejam sugados pela máquina de franquias, e aí você nunca mais os veja fazer outro filme original”, explica.

“E eu acho isso triste, porque muitos dos meus cineastas favoritos são pessoas cujas carreiras no cinema original eu segui por décadas”…”Sabe, é difícil fazer um filme original decolar”, conta. “Tenho sorte de ter feito filmes o suficiente para que as pessoas apostem em um roteiro original que estou fazendo”, conclui.