A Volta da França não será a mesma sem o tetracampeão Chris Froome na disputa, admitiu, nesta quarta-feira, Christian Prudhomme, diretor da prova. O ciclista britânico sofreu múltiplas fraturas na semana passada ao se acidentar durante um treinamento.

“Claramente, isso muda as coisas”, disse Prudhomme. “A Volta da França com Chris Froome é uma e sem não é a mesma coisa. Ele tem sido o personagem central desde, digamos, 2013. Então, outros cenários vão se abrir”, acrescentou, em entrevista à agência de notícias The Associated Press.

O atual campeão Geraint Thomas também se machucou em um acidente nesta semana na Volta da Suíça. O galês de 33 anos levou pontos acima do olho, mas acredita que ainda poderá defender seu título. “Felizmente estou bem”, Thomas escreveu no Twitter nesta quarta-feira. “Significa que apenas vou precisar de alguns grandes treinos na próxima semana agora.”

A ausência de Froome e o acidente com Thomas lançaram ainda mais incertezas sobre o Team INEOS, anteriormente conhecido como Team Sky, que ganhou seis das últimas sete edições da Volta da França – Bradley Wiggins venceu em 2012, enquanto Froome levou o título em 2013, 2015, 2016 e 2017, e Thomas no ano passado.

Mas com Froome fora e Thomas se recuperando, isso poderia aumentar as chances do colombiano Egan Bernal, companheiro de equipe deles, de 22 anos. “Claro, a equipe de Dave Brailsford (técnico da equipe) vai ter peso na Volta da França, como em anos anteriores. Mas fará isso de qual maneira?”, questionou Prudhomme.

“Eu imagino que ele, Dave Brailsford, está se perguntando muito também. Quem será o líder? A evidência, lógico, diz que será Geraint Thomas, claro. Mas será assim depois do acidente dele? Existem muitos pontos de interrogação. Mas sabemos que Egan Bernal está pronto, me parece”, comentou.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Depois de uma impressionante vitória na Paris-Nice em março, o colombiano também caiu em um treinamento em maio. Ele quebrou a clavícula, ficando fora do Giro d’Italia. Mas está participando da Volta da Suíça, e Prudhomme acredita que as escaladas em montanhas, com três etapas terminando acima dos 2 mil metros de altitude, ajudarão Bernal.

“Estamos indo muito alto este ano. Mas quase todos nós acreditamos que os colombianos não serão menos fortes a 2.000 metros e Bernal, obviamente, é colombiano. À primeira vista, no papel, não pode ser desfavorável para Bernal. Ele é super talentoso nas montanhas. Ele pode atacar de longe”, concluiu o diretor da Volta da França.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias