O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse, nesta quarta-feira (23), que “grande parte” da população da Faixa de Gaza sofre de fome e que o fornecimento de alimentos ao território palestino em guerra está “muito abaixo do necessário”.
“Não sei mais como podemos descrever o que está acontecendo além de que há pessoas morrendo de fome em massa e isso é causado pelo homem”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus em uma coletiva de imprensa em Genebra.
Sua declaração se junta à de 111 organizações de ajuda e grupos de direitos humanos, incluindo Médicos Sem Fronteiras e Oxfam, que alertaram nesta quarta-feira que “a fome em massa” está se espalhando em Gaza.
“Nossos colegas e todos aqueles a quem atendemos estão se consumindo”, disseram em um comunicado conjunto.
Israel enfrenta pressão mundial sobre a situação de catástrofe humanitária em Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas enfrentam severa escassez de alimentos e outros itens básicos após 21 meses de conflito.
Apesar de Israel ter começado a aliviar o bloqueio que durou mais de dois meses no final de maio, a população de Gaza continua sofrendo escassez extrema.
“As 2,1 milhões de pessoas presas na zona de guerra que é Gaza enfrentam outro assassino além das balas e das bombas: a fome”, afirmou Tedros. “Estamos presenciando um aumento letal de mortes relacionadas à desnutrição”, acrescentou.
“A taxa global de desnutrição aguda ultrapassa 10%, e mais de 20% das mulheres grávidas e lactantes que foram analisadas sofrem de desnutrição, às vezes severa”, destacou o chefe da OMS.
“Pedimos acesso total e um cessar-fogo e uma solução política (…), durável”, declarou.
A OMS registrou desde o início do ano 21 mortes de crianças menores de cinco anos relacionadas à desnutrição, mas a organização ressalta que o número está abaixo da realidade.
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