SÃO PAULO, 24 SET (ANSA) – O diretor-esportivo da Juventus, Fabio Paratici, pode estar envolvido na suposta fraude do exame de idioma feito pelo atacante Luis Suárez para obter a cidadania italiana. O cartola, segundo a imprensa local, teve seu nome citado em algumas conversas telefônicas.   

De acordo com as investigações das autoridades, o mediador entre a Juventus e a Universidade Para Estrangeiros de Perúgia foi Maurizio Oliviero, reitor da Universidade Estadual de Perúgia.   

Em uma entrevista ao jornal “Corriere della Sera”, Oliviero afirmou que recebeu um telefonema de um membro do “staff da Juventus” para saber se era possível fazer o exame de Suárez. O reitor negou a possibilidade, mas indicou a Universidade Para Estrangeiros de Perúgia.   

Segundo Oliviero, Paratici ligou poucos dias depois para agradecer a recepção que o atleta uruguaio teve na instituição.   

“Poucos dias depois do exame feito por Suárez, fui contatado por Paratici, que queria me dizer que a comitiva do jogador estava muito satisfeita com a recepção que recebeu e queria me agradecer. Um telefonema de cortesia”, afirmou o reitor da Universidade Estadual de Perúgia.   

O nome do diretor-esportivo da Velha Senhora também reapareceu em algumas ligações interceptadas entre os suspeitos do caso. Na ocasião, Paratici é mencionado sobre a pressa que a Juventus teria em anunciar o artilheiro do Barcelona, tendo em vista o fechamento da janela de transferências.   

As conversas não mencionam nenhuma pressão da Juventus ou alguma promessa de lucro sobre a aprovação de Suárez. No entanto, há uma certa empolgação entre os investigados, já que Olivieri e a professora Stefania Spina, que preparou o jogador para o exame, são torcedores da Velha Senhora.   

De acordo com o inquérito conduzido pelo Ministério Público de Perúgia, na região da Úmbria, as questões da prova de Suárez foram combinadas previamente, enquanto as notas teriam sido definidas antes mesmo da realização do teste que, segundo o MP, foi uma “farsa”.   

Suárez buscou a cidadania italiana para permitir sua transferência para a Juventus, que não pode mais contratar atletas extracomunitários nesta temporada por causa das chegadas de Arthur e de McKennie.   

O inquérito também inclui outras interceptações telefônicas de dirigentes da universidade. Em uma delas, um dos investigados afirma que o atacante foi “bem encaminhado” e já estava “memorizando parte do exame”.   

Advogado da Juventus – O histórico advogado da Juventus, Luigi Chiappero, participou de uma das reuniões com os representantes da Universidade Para Estrangeiros de Perúgia para permitir que Suárez fizesse a prova de italiano.   

Chiappero teria participado de uma videoconferência via Google Meet com sua colega, Maria Turco, e Olivieri, um dos suspeitos da investigação. (ANSA).