Diretor da AIEA vai ao Irã para tratar do programa nuclear

Diretor da AIEA vai ao Irã para tratar do programa nuclear

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, chegará ao Irã na noite de segunda-feira (22) para discutir o programa nuclear do país – anunciou nesta quarta (17) um porta-voz da Organização Iraniana de Energia Atômica, citado pela agência de notícias iraniana Fars.

Grossi se reunirá na terça-feira (23) com o diretor desta organização, Mohammad Eslami, e com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, acrescentou a mesma fonte.

O Irã disse ter convidado Grossi, após a preocupação expressa pelo chefe da agência da ONU diante da falta de contatos com líderes iranianos em relação à questão nuclear.

A última visita de Grossi a Teerã aconteceu em 12 de setembro, data em que se reuniu apenas com o chefe da organização iraniana de energia atômica.

Na ocasião, o chefe da AIEA negociou um acordo sobre a manutenção do equipamento de vigilância do programa nuclear iraniano. E deveria voltar logo depois para falar com o governo, que assumiu em agosto passado.

Segundo um relatório da AIEA, consultado pela AFP nesta quarta-feira, o Irã aumentou de forma significativa a quantidade de urânio altamente enriquecido produzido nos últimos meses, em violação dos compromissos assumidos no acordo internacional de 2015.

De acordo com estimativas do início de novembro, o Irã aumentou seu estoque de urânio enriquecido para 60%, muito acima do limite autorizado de 3,67%, para 17,7 quilos, contra 10 quilos no final de agosto, descreve o documento.

O estoque de urânio enriquecido a 20% passou, por sua vez, de 84,3 quilos para 113,8 quilos.

O novo deslocamento de Grossi se dará antes da retomada das negociações entre o Irã e as grandes potências em 29 de novembro, em Viena, para tentar salvar o acordo internacional sobre energia nuclear iraniana concluído em 2015.

As negociações entre Teerã e as outras partes (Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia) para relançar este pacto histórico estão suspensas desde junho. Em tese, o acordo limitaria, drasticamente, o programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções econômicas.

Depois de se retirarem unilateralmente do acordo, em 2018, e de restabeleceram as sanções contra o Irã, os Estados Unidos participarão indiretamente dessas negociações.