ISTAMBUL, 24 AGO (ANSA) – O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi, afirmou nesta quarta-feira (24) que é “iminente” o envio de uma missão técnica da entidade para a central nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia.
A maior usina de energia atômica da Europa está sob controle das tropas da Rússia desde o início da guerra e foi palco de combates no começo de agosto, com acusações mútuas entre Kiev e Moscou.
“Importantes discussões técnicas hoje em Istambul sobre a iminente missão da Aiea na usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia”, escreveu Grossi no Twitter. Ele também publicou a foto de uma reunião com o diretor da estatal russa de energia nuclear Rosatom, Alexey Likhachev.
A agência pede há meses para realizar uma inspeção em Zaporizhzhia, porém encontra obstáculos tanto da parte da Rússia quanto da Ucrânia.
Na semana passada, o presidente Vladimir Putin disse a seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que concordava com a realização de uma missão da Aiea na central nuclear, porém o Kremlin nunca confirmou a versão.
Publicamente, Moscou afirmou apenas que uma eventual delegação da agência não poderia passar por Kiev nem abordar a desmilitarização da usina.
Em um discurso por videoconferência ao Conselho de Segurança da ONU, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de ter levado o mundo “à beira de uma catástrofe nuclear” com os ataques em Zaporizhzhia.
“Moscou deve colocar fim à chantagem nuclear”, acrescentou.
Já o papa Francisco disse em sua audiência geral que são necessários “passos concretos para encerrar a guerra e evitar um desastre” em Zaporizhzhia.
Enquanto isso, a cidade de Zaporizhzhia, que fica a 120 quilômetros da usina, foi alvo de novos bombardeios na madrugada desta quarta. Segundo as autoridades locais, os ataques miraram infraestruturas civis, mas não deixaram mortos. (ANSA).