O ex-diretor de logística do Ministério da Saúde demitido após a revelação de que teria feito um pedido de propina na negociação de vacinas foi o responsável por aprovar e autorizar a reserva de R$ 1,6 bilhão para o pagamento do imunizante indiano Covaxin. As informações são da Folha.

Segundo o jornal, Roberto Ferreira Dias destravou o dinheiro em 22 de fevereiro deste ano mesmo com documentos básicos para o negócio estarem em falta, como contrato e regularidade fiscal na Índia.

De acordo com documentos obtidos pela reportagem, Dias foi o responsável por garantir a reserva para o pagamento de 20 milhões de doses do imunizante indiano, antes mesmo da assinatura do contrato e com pendências básicas para a negociação.

Em um despacho do dia 22 de fevereiro, às 18h57, o então diretor de logística do Ministério da Saúde confirmou a dispensa de licitação para a contratação da empresa indiana Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos, e autoriza a emissão de nota de empenho “em favor da Bharat Biotech, representada pela empresa Precisa”.

O empenho da verba é uma autorização para o gasto, reservando o valor, que neste caso já era o total do contrato, impedindo que ele fosse usado para outra finalidade.

Ainda segundo o jornal, o contrato foi assinado no dia 25 de fevereiro, tendo Dias como um dos representantes do Ministério da Saúde. Diante das suspeitas sobre a contratação, reveladas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e por seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, em depoimento à CPI da Covid no Senado, o governo Bolsonaro decidiu suspender o contrato.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Roberto Dias foi demitido na terça-feira (29), após a revelação de outro caso envolvendo seu nome, em matéria da Folha, que ouviu o representante Luiz Paullo Dominguetti Pereira, da Davati Medical Supply, que disse ter recebido um pedido de propina de US$ 1 dólar por dose de vacina que a empresa viesse a negociar com o Ministério da Saúde.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias