O diretor executivo de futebol do São Paulo, Vinicius Pinotti, disse nesta terça-feira, em entrevista coletiva, que Dorival Junior não deixará o comando do time, algo que vem sendo sugerido por conselheiros e parte da torcida tricolor por conta da situação do time no Campeonato Brasileiro. Pinotti afirmou que a diretoria confia no comandante para a continuidade desta temporada.

“Dorival é nosso treinador e acreditamos que não dá para mudar a toda hora. Estamos muito satisfeitos com o trabalho dele, mas isso ainda não foi refletido dentro de campo”, afirmou o dirigente. “Sabemos que a situação é horrível, estamos temerosos, mas estamos trabalhando bastante para tentar reverter isso. Não é de agora que estamos preocupados e focados em tirar o time dessa situação”, reforçou.

O diretor disse entender a pressão sobre sua permanência no cargo de diretor de futebol, mas ressaltou que está confiante. “A pressão faz parte da vida e eu já imaginava que viria pressão. Não tem problema. Sei muito bem conviver com democracia e opiniões divergentes. Tenho confiança no meu trabalho e no trabalho desenvolvido dentro do CT. Continuo muito confiante”.

MURICY – Pinotti não descartou até a possibilidade de que Muricy Ramalho colabore com o time na luta contra o rebaixamento. Um documento com 7,5 mil assinaturas foi protocolado na presidência do São Paulo nesta terça-feira, sugerindo a contratação do ex-técnico como coordenador de futebol do clube. Para Pinotti, a contratação não será possível por conta do atual vínculo empregatício de Muricy com uma emissora de TV no qual trabalha como comentarista.

“Nós já nos pautamos sobre essa questão, isso já vem sendo discutido não é de hoje. Por conta do contrato dele com a emissora, e pelo histórico que ele tem de cumprir seus contratos até o final, é muito difícil ele vir, mas nada impede que ele nos ajude informalmente, não como contratado”.

O dirigente disse que a criação do cargo de coordenador de futebol no São Paulo depende da aprovação da comissão técnica de Dorival Junior e diz que o clube chegou a entrar em contato com Muricy. “Esse cargo não tem intenção de ser criado, mas não quer dizer que não tenhamos uma pessoa ajudando. A ajuda do Muricy seria muito bem vinda, já tivemos alguns contatos com ele. Mas, sempre que se fala em coordenador técnico, tem que falar com a comissão técnica. Não podemos contratar um coordenador sem que o técnico esteja confortável em relação a isso”, enfatizou.

A tensão no clube aumentou depois do empate por 2 a 2 com a Ponte Preta, no último sábado, no Morumbi, em resultado que manteve o São Paulo na vice-lanterna do Brasileirão. O clube anunciou que suspendeu entrevistas coletivas dos jogadores durante a semana, enquanto o elenco aposta nos treinos para contornar atritos internos. Pinotti explicou que a medida não foi imposta pela diretoria e disse que, em alguns momentos, o melhor mesmo é não falar nada. “Ninguém impôs esse silêncio. Quando não temos nada a falar, o melhor é não falar nada”, filosofou.