Há 40 anos, em 25 de abril de 1984, uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pedia a restauração da eleição direta para presidente a partir daquele ano, após 20 anos de ditadura militar, foi rejeitada em uma votação no Plenário da Câmara dos Deputados.

A proposta foi apresentada pelo então deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT), teve 298 votos favoráveis, 65 contrários, três abstenções e 113 ausências. Para ser aprovada e encaminhada ao Senado, a emenda precisava de 320 votos a favor.

Antes da votação da PEC, houve uma série de atos públicos, que ficaram conhecidos como “Campanha pelas Diretas Já”. No dia 25 de janeiro de 1984, mais de 300 mil pessoas se reuniram na praça da Sé, região central de São Paulo, dentre elas políticos, artistas, esportistas e trabalhadores de diversas categorias.

As manifestações populares passaram a ganhar mais força conforme se aproximava a data para a votação da proposta na Câmara. No dia 10 de abril de 1984, cerca de 1 milhão de pessoas participaram de um comício na Candelária, centro do Rio de Janeiro, um dos principais das Diretas Já.

O último e maior ato ocorreu no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e teve cerca de 1,5 milhão de participantes. O evento aconteceu no dia 16 de abril de 1984, nove dias antes da votação.

Após a derrota, a primeira eleição para presidente aconteceu por meio do Colégio Eleitoral, formado por membros do Congresso Nacional e delegados eleitos nas assembleias legislativas dos estados. Tancredo Neves, que concorria contra o então deputado Paulo Maluf, ganhou com 480 votos.

Após a morte de Tancredo, o vice-presidente José Sarney assumiu a Presidência da República. O Brasil só voltou a ter eleições para presidente com a participação popular depois da Constituição de 1988, quando Fernando Collor de Mello foi eleito em 1989.

*Com informações da Agência Brasil