Direção do partido de Puigdemont decide romper acordo com partido de Sánchez

A direção do Junts per Catalunya, o partido do líder independentista Carles Puigdemont, decidiu, nesta segunda-feira (27), romper seu acordo com o Partido Socialista do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, cuja governo apoiou há dois anos, mas com quem mantém uma relação instável, indicaram fontes do partido.

A decisão, cujos detalhes e implicações ainda são desconhecidos, foi tomada por “unanimidade” pela direção do partido reunida nesta segunda-feira em Perpignan, no sul da França, segundo essas fontes que falaram sob a condição do anonimato.

Está previsto que o líder do partido, Carles Puigdemont, compareça em coletiva de imprensa à tarde para anunciar e explicar a decisão, que deverá ser submetida à consulta dos militantes durante esta semana.

Após negociações complexas, o Junts concordou em oferecer o apoio crucial de seus sete deputados no Congresso a Sánchez para garantir sua investidura após as eleições de 2023.

Em troca, o líder socialista comprometeu-se, entre outras coisas, a promover a lei de anistia para os independentistas processados pela tentativa separatista de 2017, a trabalhar para que o catalão seja língua oficial da União Europeia e a realizar reuniões periódicas com um mediador para verificar o avanço dos acordos.

Mas para o Junts, que sempre enfatizou que esses acordos não implicavam apoio a todas as leis promovidas pelo governo de esquerda, os socialistas não cumpriram suficientemente seus compromissos.

Embora finalmente o Parlamento espanhol tenha aprovado a lei de anistia em 2024, Puigdemont ainda não pôde se beneficiar dela porque o Supremo Tribunal decidiu que ela não era aplicável aos investigados pelo crime de malversação de recursos.

Então presidente do governo regional durante a tentativa separatista de 2017, Puigdemont continua residindo na Bélgica, aguardando que o Tribunal Constitucional espanhol decida sobre o recurso que apresentou para poder se beneficiar da lei.

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