VENEZA, 12 MAR (ANSA) – Em menos de cinco anos de operação, o sistema de diques contra inundações em Veneza evitou 2,6 bilhões de euros (R$ 16,5 bilhões) em danos, de acordo com uma estimativa divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Ministério da Infraestrutura e dos Transportes.
O número foi revelado por ocasião do 100º acionamento do Mose, acrônimo de “Módulo Experimental Eletromecânico”, mas que também remete ao personagem bíblico Moisés (Mosè, em italiano).
“Em cinco anos, ele evitou danos à cidade de mais de 2,6 bilhões de euros”, diz uma nota do ministério. “As barreiras são um exemplo da ambição e da excelência italianas”, reforçou o ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini.
Com construção iniciada em 2003, o Mose começou a funcionar em caráter emergencial em outubro de 2020 para proteger a cidade do fenômeno conhecido como “acqua alta”, quando as águas do Mar Adriático invadem a Lagoa de Veneza, provocando inundações e alterando as condições de um ecossistema frágil.
O sistema se baseia em uma rede de comportas móveis instaladas nos três acessos à Lagoa de Veneza e que são acionadas sempre que a maré supera os 80 centímetros, evitando que o centro histórico veneziano fique debaixo d’água.
Considerado uma das obras mais caras da história recente da Itália, o Mose, no entanto, corre o risco de ficar obsoleto nas próximas décadas devido à crise climática.
De acordo com projetistas do sistema, uma elevação marítima em função do efeito estufa de 60 centímetros faria com que as comportas tivessem de ser acionadas de forma quase ininterrupta, isolando Veneza do Adriático. (ANSA).