VENEZA, 7 DEZ (ANSA) – Os diques anti-inundação de Veneza ficaram levantados por quase 48 horas no último fim de semana, batendo recorde de funcionamento desde sua entrada em serviço em caráter emergencial, em outubro passado.
As barreiras do “Mose” foram acionadas na última sexta-feira (4) e voltaram a submergir apenas na noite de domingo (6), protegendo o centro histórico da cidade contra duas elevações de 130 centímetros no nível do Mar Adriático.
Apenas as áreas mais baixas ficaram alagadas, porém, sem os diques, cerca de 50% do centro de Veneza teria ficado debaixo d’água. “Comportas abaixadas. O Mose, com mais de 40 horas consecutivas de atividade, barrou duas marés de 130 centímetros.
Conseguimos parar o mar mais uma vez”, comemorou o prefeito Luigi Brugnaro no Twitter.
As barreiras ficam nos três acessos da Lagoa de Veneza ao Adriático, sendo que uma delas, na Porta di Malamocco, chegou a ser abaixada brevemente para permitir a passagem de navios.
O gatilho definido pelas autoridades italianas para acionar o Mose é de 130 centímetros, porém, quando a obra for concluída, em dezembro de 2021, as barreiras serão erguidas sempre que a maré superar os 110 centímetros.
A entrada em funcionamento do Mose foi antecipada em caráter emergencial após as inundações que paralisaram Veneza em novembro do ano passado. O projeto está em construção desde 2003, ao custo de 5,5 bilhões de euros, e sofreu diversos atrasos devido a escândalos de corrupção.
O objetivo dos diques é combater a “acqua alta”, fenômeno mais comum entre o fim do outono e o início do inverno europeu e caracterizado pela invasão da Lagoa de Veneza pelas águas do Mar Adriático.
A maior “acqua alta” já registrada na cidade teve 1,94 metro, em 1966, mas, em novembro de 2019, ocorreram quatro marés superiores a 1,4 metro, algo inédito para um único mês em toda a história de Veneza. A maior delas, no dia 12, teve 1,87 metro.
(ANSA).