O ministro Paulo Guedes já tinha mostrado muito pouco tato diplomático em outubro passado, quando ainda preparava seu projeto para a área econômica do governo Bolsonaro. Questionado por uma repórter argentina sobre seus planos para o Mercosul, disse que a entidade “não era prioridade”. Foi um escândalo no País vizinho.

Recentemente, afirmou que o Mercosul virou uma “trava” para o crescimento do País. Hoje, o ministro disse que o Brasil pode deixar o Mercosul se o novo governo argentino, provavelmente do kirchnerista Alberto Fernández, questionar os projetos brasileiros.

O ministro da Economia faz coro com o presidente Bolsonaro, que também já insultou os prováveis novos governantes portenhos ao dizer que os “bandidos e esquerda estão voltando ao poder”. Alguém no governo deveria lembrar ao presidente que a Argentina é vital para a economia brasileira – é o nosso terceiro maior parceiro comercial. Além disso, é fundamental para que o recém-fechado acordo de livre comércio entre Mercosul-União Europeia vá para a frente. Mas isso aparentemente não é problema para o presidente. Ele também tem repetidamente ofendido os europeus. De novo, é o governo Bolsonaro sabotando a sua própria agenda de crescimento do País. Quem perde são os brasileiros.