O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino ironizou a decisão dos Estados Unidos de revogar os vistos de membros da Corte e seus familiares. “Não sei se o Mickey e o Pateta vão sentir falta de mim”, disse o magistrado.
Durante uma palestra em São Luís, Maranhão, Dino afirmou: “Se o preço foi não conviver com eles [personagens da Disney], é um preço pequeno perto da magnitude do que nós estamos tratando aqui”.
A ação dos EUA ocorreu no dia 18 de julho, horas depois que a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de mandados de busca e apreensão e a implementação de medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno das 19h às 6h — e integral aos finais de semana.
Na época, o secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o presidente Donald Trump foi claro ao dizer que a administração norte-americana iria adotar medidas contra os responsáveis por uma suposta “censura” à liberdade de expressão nos Estados Unidos.
Rubio ainda alegou que o ex-presidente Jair Bolsonaro — réu em uma ação no STF por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — seria vítima de uma “caça às bruxas” realizada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Sanções a Moraes e imposição de tarifa
Na quarta-feira, 30, a Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos anunciou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, alegando que o magistrado prendeu pessoas arbitrariamente e suprimiu a liberdade de expressão.
Mais tarde, no mesmo dia, o presidente Trump assinou o decreto que impõe tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados aos EUA. Na ordem executiva, está previsto um adiamento de sete dias para o início da taxação. Orginalmente marcada para entrar em vigor nesta sexta-feira, 1º, a medida passa a valer a partir de 6 de agosto.