Dino instaura inquérito contra Bolsonaro por irregularidades na gestão da pandemia

Flávio Dino
Ministro Flávio Dino durante julgamento da trama golpista Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), instaurou um inquérito nesta quinta-feira, 18, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 23 aliados para apurar acusações de fraudes em licitações, superfaturamentos e desvio de recursos públicos durante a gestão da pandemia de Covid-19. O magistrado acolheu um requerimento da PF (Polícia Federal).

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As irregularidades durante a gestão do ex-presidente foram apontadas pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid. Dino deu um prazo de 60 dias para as investigações.

Conforme dados de 2023 da OMS (Organização Mundial da Saúde), 10% de todas as mortes por Covid-19 no mundo ocorreram no Brasil. Especialistas ouvidos pela CPI apontaram que parte dos óbitos poderiam ter sido evitados se o governo tivesse adotado medidas adequadas para o combate ao vírus.

Durante a gestão da pandemia, Bolsonaro minimizou a doença, fez afirmações falsas sobre vacinas contra a Covid-19 e criticou o isolamento social. O ex-mandatário também foi criticado por  zombar de vítimas do coronavírus.

Ao todo, 24 pessoas se tornaram alvos do inquérito, incluindo políticos e influenciadores, além de empresários aliados ao ex-presidente:

  1. Jair Bolsonaro
  2. Flávio Bolsonaro
  3. Ricardo José Magalhães Barros
  4. Eduardo Bolsonaro
  5. Osmar Terra
  6. Bia Kicis
  7. Carla Zambelli
  8. Onyx Lorenzoni
  9. Carlos Roberto Coelho de Mattos Junior
  10. Carlos Bolsonaro
  11. Allan dos Santos
  12. Helcio Bruno de Almeida
  13. Oswaldo Eustáquio
  14. Helio Angotti Neto
  15. Bernardo Kuster
  16. Paulo de Oliveira Eneas
  17. Richards Dyer Pozzer
  18. Leandro Panazzolo Ruschel
  19. Carlos Roberto Wizard Martins
  20. Luciano Hang
  21. Otávio Oscar Fakhoury
  22. Filipe Martins
  23. Tércio Arnaud Tomaz
  24. Ernesto Araújo

A partir do relatório final da CPI, apresentado em outubro de 2021, a PGR (Procuradoria-Geral da República) moveu dez processos. Porém sete pedidos de investigação teriam sido arquivados.

Bolsonaro já foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em outro processo. O ex-presidente foi sentenciado a 27 anos de prisão por ser o líder uma trama golpista que tinha o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

*Com informações do Estadão