O São Paulo venceu o Fortaleza por 1 a 0 em seu primeiro jogo após a queda para o Mirassol no Campeonato Paulista – a partida da primeira rodada do Brasileirão, contra o Goiás, foi adiada -, mas mostrou pouca evolução.

Fernando Diniz trocou Alexandre Pato por Liziero e foi forçado a trocar Vitor Bueno, que sentiu um incômodo no adutor esquerdo, por Paulinho. As mudanças alteraram o posicionamento de vários jogadores e alguns mecanismos da equipe, mas o desenho tático se manteve.

Liziero compôs a dupla de volantes com Tchê Tchê, o que fez Daniel Alves ser deslocado para o lado direito do ataque, lugar antes ocupado por Pablo, que assumiu a vaga de Pato como centroavante. Boia entrou pela esquerda, exatamente onde joga Vitor Bueno.

Embora o Fortaleza tenha ameaçado encaixar um contra-ataque ou outro – um deles muito parecido com o que gerou o segundo gol do Mirassol, com um cruzamento da direita que pega o oponente às costas de Juanfran do outro lado -, o São Paulo apresentou uma melhora na transição defensiva, defeito crônico que mostrou-se ainda mais grave nas primeiras partidas após o retorno do futebol.

Mas a transição ofensiva talvez tenha sido ainda pior do que há duas semanas. A posse de bola foi improdutiva, já que o time movimentou-se pouco para confundir a defesa cearense. Além do lance do gol, Felipe Alves fez só uma defesa difícil, já nos minutos finais, em chute cruzado de Tchê Tchê.

O técnico são-paulino fez só duas mudanças entre as cinco possíveis. A primeira foi controversa, não tanto pela saída de Paulinho Boia, que acumulava decisões erradas, mas pela entrada de Gabriel Sara, cuja característica é cadenciar e organizar o jogo. O time perdeu velocidade no momento em que a partida se tornava convidativa para o contra-ataque. A segunda mudança, só nos acréscimos, poderia ser pensada como alternativa para o início dos jogos: Luan na vaga de Liziero. Pato assistiu ao jogo inteiro do banco.

O gol, é verdade, saiu em uma jogada que talvez não acontecesse sem a mudança de peças feita por Diniz. Daniel Alves apareceu às costas do lateral-esquerdo Bruno Melo, em movimentação típica de um ataque de lado, e marcou seu sexto gol na temporada, igualando-se a Pablo como artilheiro da equipe. O camisa 10 teve boa atuação, mas o time sentiu falta dele na saída de bola. Dessa vez, quem recuou para ajudar Tchê Tchê e os zagueiros foi Liziero, que só não saiu de campo como vilão porque Juninho dominou o seu passe errado com o braço antes de marcar aquele que seria o gol de empate do Leão.

O São Paulo agora enfrenta o Vasco no próximo domingo, fora de casa, e terá que jogar muito mais para justificar o rótulo de um dos postulantes a brigar na parte de cima da tabela.