O técnico do Fluminense, Fernando Diniz, fez elogios ao Manchester City nesta quinta-feira (21), véspera da final do Mundial de Clubes no estádio King Abdullah Sports City, em Jidá, na Arábia Saudita.

“É o jogo mais importante da minha vida. Para mim o próximo jogo sempre é o mais importante. Também coincide de ser o jogo, historicamente, mais singular. É uma decisão de título mundial”, disse o treinador do tricolor carioca e da seleção brasileira, em entrevista coletiva.

Diniz destacou que sua equipe vai enfrentar “um dos melhores times da história do futebol mundial e um dos maiores treinadores”, se referindo ao espanhol Pep Guardiola.

“Desde que eu cheguei ao Fluminense, sonhamos com isso. Desde que me conheço, sonho com isso”, acrescentou o técnico de 49 anos, que se sagrou campeão da Copa Libertadores com o Fluminense no início de novembro.

Apesar do nível do adversário de sexta-feira, o técnico apontou os caminhos para ter chances na partida contra os ‘Citizens’: “Temos que ter confiança de que podemos vencer a partida. Isso sempre foi assim durante toda a minha vida. O Fluminense vai fazer o máximo para vencer, sabemos que vamos enfrentar o melhor time do mundo, mas isso não nos impede de sonhar”.

Questionado sobre o sistema de jogo, com alta pressão e liberdade de movimentos dos seus jogadores em todas as zonas do campo, o que também fez com que o campeão egípcio criasse inúmeras oportunidades de gol nas semifinais (2-0), Diniz reafirmou que “o estilo será mantido”, embora tenha esclarecido que tentarão “não cometer tantos erros como contra o Al-Ahly”.

– ‘Contra o racismo e a discriminação’ –

O técnico brasileiro também falou sobre a pobreza no Brasil e a capacidade que o futebol tem de ser como uma espinha dorsal social.

“Sou um típico brasileiro, como o Felipe (Melo, sentado ao lado dele). Mestiço, com sangue europeu, índio e negro. Tenho muito orgulho e alegria de pertencer a um país que tem muitas coisas boas, mas um país que é muito injusto socialmente, exclui muita gente, os pobres sofrem sempre mais, e os jogadores de futebol são quase todos pobres, os que chegam a um nível elevado não são, mas são todos de origem muito pobre”, explicou.

“Muitos sofrem ou sofreram racismo, muitos vieram de favelas e tudo isso está na minha fala espontânea. Nós representamos isso e estou na luta contra aquilo, o racismo, a discriminação”, afirmou Diniz.

“No Brasil, o futebol pode ser usado como meio de educação para ajudar as pessoas, pode ser usado para difundir valores humanos através do jogo. De certa forma, é isso que tento fazer como treinador de futebol, mas deveria estar nas escolas”, defendeu.

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