O senador Flávio Arns (Podemos-PR) participou da live de ISTOÉ, nesta terça-feira (20). O parlamentar fez questão de comentar o pedido de licença do colega Chico Rodrigues e a situação do companheiro de Sendo, que foi pego pela PF com dinheiro na cueca.

“Se não se tomar uma decisão de cassar Chico Rodrigues, o Senado passa a jogar a ética na lata do lixo”, diz.

Para ele, o senador deveria ser preso e afastado das atividades políticas. Arns concordou com a decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que mandou afastar Rodrigues, ataca com muita dureza a política anticorrupção do governo Bolsonaro.

“O Brasil, com a saída de Sérgio Moro da Justiça, deu um grande passo atrás nas estruturas de combate à corrupção”, diz, e emenda: “Dizer que no governo não existe corrupção é uma visão pequena, minúscula, do que é corrupção”, entende.

O senador entende que a não aprovação de projetos como a prisão em 2ª Instância, o fim do foro privilegiado – projetos em tramitação no Congresso Nacional – estimulam os malfeitos.

“Temos que dar um basta nisso tudo. É o fim da picada, um escárnio ter foro privilegiado”, disse. “Para que a sociedade brasileira avance é preciso acabar com privilégios”, avalia.

Na conversa com Oliveira, o senador também falou sobre a tentativa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de tentar se reeleger. Flávio Arns é do grupo “Muda Senado”, articulação de senadores formado em meados de 2019 que militam com a promessa de renovar o modo de fazer política no parlamento brasileiro. Para ele, a alternância de poder é essencial e salutar para a nossa democracia. “A rotatividade do poder é essencial para o fortalecimento das instituições”, argumentou Flávio Arns.

O senador paranaense se manifestou contra a proposta de utilização de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para custear parte do programa Renda Cidadã. Segundo Arns, que é professor e foi o relator do Fundeb no Senado, o governo precisa começar a entender que o desenvolvimento tem que estar baseado na educação do povo.

“A educação básica é tudo que o Brasil precisa. O Fundeb é o maior instrumento para se combater as desigualdades sociais no Brasil”, diz.
Flávio falou sobre a situação da inclusão social das pessoas com deficiência e das lutas dos movimentos sociais na área. “Existe a necessidade de assegurarmos as pessoas com deficiência os seus direitos.”

O direito da saúde é universal e que “é necessário judicializar as questões do acesso aos medicamentos para quem necessita e não tem condições de aquisição.” Também na área da saúde, o senador comentou sobre a questão da politização da questão das vacinas contra o Covid-19 e fala sobre o comportamento errático do governo e do presidente da República, Jair Bolsonaro, no enfrentamento a pandemia do Coronavírus.

“O Brasil deu um mal exemplo de como as coisas não devem ser feitas. Infelizmente o Brasil imita os EUA em muitos sentidos”, conclui.