ORGULHO Nelson (à esq.) e Rodrigo Pessoa: pai e filho construíram uma carreira vitoriosa no hipismo
ORGULHO Nelson (à esq.) e Rodrigo Pessoa: pai e filho construíram uma carreira vitoriosa no hipismo (Crédito:AFP PHOTO BELGA PHOTO VIRGINIE LEFOUR / AFP PHOTO / BELGA / VIRGINIE LEFOUR)

Para muitos atletas da delegação brasileira nos Jogos do Rio, a história do esporte que praticam se confunde com a da própria família. No vôlei, no hipismo, no polo aquático, no handebol, na ginástica e na vela reinam verdadeiras dinastias familiares. Aos 25 anos, a velejadora Martine Grael representa a terceira geração de seu sobrenome a defender o Brasil numa Olimpíada. Ao lado da parceira  Kahena Kunze, ela tentará levar o País a um novo patamar: a primeira medalha de ouro feminina na modalidade. As duas são favoritas na classe 49erFX. “Há coisas que são passadas pelo meu pai e meu tio-avô, como ter capricho com o barco e respeito pelo mar”, diz a jovem, filha do bicampeão olímpico Torben  Grael. A dedicação ao esporte também imprimiu sua marca na família de Isabel Salgado, que fez fama na seleção de vôlei nos anos 1980. Três de seus cinco filhos são atletas profissionais de vôlei de praia. Entre eles, Pedro Solberg, classificado para os Jogos do Rio – Maria Clara e Carolina estão afastadas das quadras de areia por estarem grávidas. “Quando eles atuam mal, sou sincera e crítica”, diz Isabel, que assiste, orgulhosa, a seu neto João, de 11 anos, se iniciar nos caminhos do esporte. Após jogar com o garoto na praia, a avó diz que saiu “deslumbrada” com a performance do garoto.

No vôlei de quadra, o técnico Bernardinho passa para o filho, também identificado pelo diminutivo, Bruninho, 29, a tradição da família Rezende. Juntos, conquistaram duas medalhas de prata (2008 e 2012), e voltam às quadras em busca do ouro no Rio – o atual levantador da seleção também é filho da ex-jogadora Vera Mossa, com três participações olímpicas pela seleção de vôlei nos anos 1980. Também no vôlei masculino, os irmãos Murilo e Gustavo Endres defenderam o Brasil em Pequim (2008) e ganharam a prata. Gustavo se aposentou no ano passado e Murilo participará de sua última Olimpíada neste ano. Ele é casado com  Jaqueline Carvalho, jogadora de vôlei que conquistou o ouro em 2008 e 2012, e com ela tem um filho, Arthur, 3 anos. Se a herança genética irá se confirmar, a mãe prefere esperar. “Ele ainda é muito pequeno, mas vamos apoiá-lo no que escolher”, diz a atleta.

HERANÇA Bruninho (à esq.), como jogador, e Bernadinho, como técnico: ambos na Seleção Brasileira de vôlei
HERANÇA Bruninho (à esq.), como jogador, e Bernadinho, como técnico: ambos na Seleção Brasileira de vôlei (Crédito:Márcio Alves / Ag. O Globo)

Apenas dois anos mais velha que Arthur, Emanuelle, 5 anos, cuja mãe é a ex-capitã da seleção feminina de handebol, Lucila Vianna, já  foi matriculada na escolinha de handebol e conta com a torcida do pai, Maik Santos, goleiro da seleção do esporte e bicampeão pan-americano. Atualmente, Maik acompanha a filha adolescente, Giulia, 17, que entrou para a seleção juvenil. Vale lembrar que ele divide a posição de goleiro há 13 anos com seu irmão mais velho, conhecido como Marcão, e tem outro irmão, Paulinho, que jogava como ponta e hoje é treinador. A irmã caçula, Vanessa, também é goleira do mesmo esporte. “Eu e Marcão sempre fomos parceiros em quadra, rivalidade não existe na família”, diz Maik. O clã Pessoa é outro que se tornou sinônimo de pioneirismo e depois tradição no esporte.  Nelson, 80 anos, é até hoje o maior nome do hipismo brasileiro e só corre risco de ser ultrapassado pelo próprio filho, Rodrigo, tricampeão mundial e campeão olímpico. Ele estará nos Jogos deste ano para continuar a história iniciada pelo pai.

Os irmãos Diego e Daniele Hypólito fazem parte da geração que popularizou a ginástica no Brasil. Diego acaba de ganhar a prata no solo na etapa da Copa do Mundo de São Paulo, feito que pretende repetir no Rio. Daniele também tem colecionado bons resultados, o que a fez repensar a despedida. “As pessoas falaram que seria uma pena parar assim, na forma como estou hoje”, afirmou a atleta de 31 anos. Em São Paulo, ela venceu nos três aparelhos que disputou. Agora treinam para gravar o nome dos Hypólito na Rio-2016.

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