As atuações de três jogadores do Dínamo de Zagreb nas oitavas e nas quartas de final da Copa do Mundo do confirmaram o papel central do clube no futebol da Croácia, situação que pode se repetir nas semifinais, em que a seleção do país irá enfrentar a Argentina de Lionel Messi nesta terça-feira (13).

A este destacado trio ‘made in Dínamo de Zagreb’, formado pelo goleiro Dominik Livakovic e os atacantes Bruno Petkovic e Mislav Orsic, se soma o zagueiro Josip Sutalo, quarto jogador que veste a camisa quadriculada da seleção e a azul do clube nesta temporada.

Mas vários outros jogadores que nasceram para o futebol no principal time da Croácia estão defendendo a seleção do país no Catar, entre eles o capitão e Bola de Ouro em 2018, Luka Modric.

Nascido em Zadar, assim como Modric, o goleiro Dominik Livakovic, de 27 anos, virou herói nacional desde que defendeu dois pênaltis contra o Japão nas oitavas e mais um contra o Brasil nas quartas.

– ‘King Livi’ –

Além de ‘King Livi’, como o goleiro é chamado pela imprensa croata, seus dois companheiros de Dínamo, Petkovic e Orsic, também tiveram um papel crucial na classificação da Croácia sobre o Brasil.

Petkovic, com assistência de Orsic, empatou o jogo aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação, forçando a decisão por pênaltis para os vice-campeões em 2018, especialistas neste fundamento.

O jornal croata Jutarnji List elogiou o “trio que ganha o pão nos estádios do Campeonato Croata, jogando muitas vezes em um ambiente sombrio diante de mil ou dois mil torcedores”.

Desde que a Croácia se emancipou da Iugoslávia em 1991, o domínio do Dínamo é absoluto: 23 campeonatos e 16 copas. Só perdeu um título nacional desde 2006, quando o Rijeka foi campeão em 2017.

A capacidade do clube de lapidar suas joias está sendo vista agora no Catar, onde outros oito jogadores que saíram do Dínamo brilham na seleção croata: os meias Luka Modric, Mateo Kovacic e Marcelo Brozovic, o atacante Andrej Kramaric, o volante Lovro Majer, os defensores Dejan Lovren, Borna Sosa e o jovem Josko Gvardiol, de 20 anos.

Antes deles, grandes nomes do futebol croata também começaram suas carreiras no Dínamo, desde Zvonimir Boban a Robert Prosinecki, passando por Dario Simic, Vedran Corluka e Niko Kranjcar.

A base do Dínamo é considerada a melhor da Croácia e o clube contra com uma rede de olheiros muito desenvolvida na vizinha Bósnia e Herzegovina.

– O polêmico Mamic –

Mas o time de Zagreb também é conhecido por seu polêmico ex-dirigente Zdravko Mamic, condenado à prisão por um caso de corrupção e ainda visto por muitas pessoas como homem forte do futebol croata.

Mamic, que está refugiado na Bósnia, para onde fugiu pouco antes da condenação, foi vice-presidente executivo do Dínamo de 2003 a 2016.

Em 2018, foi declarado culpado junto com seu irmão e ex-treinador do Dínamo, Zoran Mamic, assim como um antigo diretor do clube e um fiscal de impostos de desviar mais de 15 milhões de euros do clube e causar prejuízos de 1,5 milhão de euros ao Estado. Ele foi condenado a seis anos e seis meses de prisão.

O dinheiro foi desviado através de transações fictícias relacionadas a transferências de jogadores, especialmente as de Modric e Lovren. Os irmãos Mamic também estão sendo processados por outro caso de desvio de verba.

Tal como seu ex-dirigente, sempre presente nos bastidores, o clube continua sendo imprescindível no futebol croata. Como um dínamo, máquina que converte energia mecânica em energia elétrica, o “Dínamo de Zagreb é a fonte de energia da seleção croata”, disse à AFP Dean Bauer, famoso jornalista esportivo da Croácia.

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