Dinamarca pede que UE responda decisivamente à ‘guerra híbrida’ da Rússia

A Europa precisa responder decisivamente à “guerra híbrida” da Rússia, disse a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, nesta quarta-feira (1º), ao receber os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) após as incursões de Moscou no espaço aéreo europeu.

A cúpula, que acontece em Copenhague, busca fortalecer a segurança do continente diante da ameaça russa, em meio às recentes incursões de drones não identificados no espaço aéreo dinamarquês.

“Há apenas um país disposto a nos ameaçar, e esse país é a Rússia, então precisamos de uma resposta muito contundente”, declarou Frederiksen antes do início da cúpula.

Milhares de policiais foram mobilizados para a cúpula, que será seguida no dia seguinte por uma reunião em formato ampliado. Alemanha, Polônia, Escandinávia, França e inclusive Ucrânia enviaram reforços militares para o encontro, e os Estados Unidos enviaram equipamentos antidrones.

A Rússia busca “nos testar”, mas também “semear divisão e angústia em nossas sociedades. Não permitiremos que isso aconteça”, concordou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A origem das aeronaves que invadiram o espaço aéreo dinamarquês nas últimas semanas permanece desconhecida, mas as autoridades foram rápidas em acusar a Rússia, que também está envolvida na incursão de cerca de vinte drones na Polônia e três caças na Estônia.

“Quando olho para a situação atual na Europa, acredito que estamos passando pelo momento mais difícil e perigoso desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, disse a primeira-ministra dinamarquesa.

“Estamos em um confronto com a Rússia”, enfatizou o presidente francês, Emmanuel Macron.

Nesse contexto, os 27 países discutem maneiras de fortalecer a proteção, priorizando quatro projetos emblemáticos: defesa do espaço, reforço do flanco leste, defesa antimísseis e um “muro antidrones”.

A Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, disponibilizou 150 bilhões de euros (R$ 935 bilhões) em empréstimos aos Estados-membros, já totalmente subscritos, dos quais 100 bilhões de euros (R$ 623 bilhões) correspondem aos países da “linha de frente”, geograficamente próximos à Rússia.

A reunião de Copenhague também será uma oportunidade para encontrar fontes sustentáveis de financiamento para a Ucrânia, em um momento em que as perspectivas de paz diminuem e o apoio financeiro dos EUA se esgota.

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