A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, pediu desculpas nesta quarta-feira (27) a cerca de 4.500 mulheres da Groenlândia, vítimas de uma campanha de contracepção forçada que se estendeu até 1992 com o objetivo de reduzir a taxa de natalidade da população inuíte.
De 1960 até 1992, as autoridades dinamarquesas obrigaram milhares de mulheres em idade fértil de origem inuíte na Groenlândia a utilizar um dispositivo intrauterino de contracepção, sem o seu consentimento ou o da sua família.
Muitas dessas mulheres ficaram estéreis e quase todas sofreram problemas físicos e psicológicos.
Um grupo de 150 mulheres processou o Estado da Dinamarca por violar os seus direitos.
A primeira-ministra pediu desculpas nesta quarta-feira em um comunicado.
“Não podemos mudar o que aconteceu. Mas podemos assumir nossa responsabilidade, por isso, em nome da Dinamarca, gostaria de pedir desculpas”, expressou Frederiksen em um comunicado.
Esse território do Ártico foi uma colônia dinamarquesa até 1953 e somente em 1979 tornou-se uma jurisdição com autonomia, mas as autoridades locais assumiram o controle do sistema de saúde em 1992.
“Sabemos que há também outros capítulos sombrios de discriminação contra os groenlandeses apenas por serem groenlandeses”, reconheceu Frederiksen.
“Minhas desculpas em nome da Dinamarca também são um pedido de perdão por todas as outras falhas que sejam responsabilidade da Dinamarca, nas quais os groenlandeses tenham sido tratados sistematicamente de forma diferente e pior do que outros cidadãos do reino”, declarou.
O primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, também pediu desculpas pelos casos ocorridos quando esse território estava sob o governo local.
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