A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira, 5, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) faz parte do caminho para o Brasil “Pátria educadora”. Segundo a presidente, o lançamento da “Hora do Enem”, uma plataforma interativa para os alunos que prestarão o exame, é mais um passo e vai permitir que os estudantes tenham um avanço nesse caminho de oportunidades de uma forma “muito interessante e customizada”.

Durante o evento, a presidente exaltou suas políticas educacionais e lembrou dos programas lançados durante o seu governo como o ProUni, Sisu, Fies e as mudanças do Enem. “Tivemos todo um cuidado de nos esforçar para ampliar a rede pública de educação, fizemos parcerias e ampliamos institutos de inovação e tecnológicas”, afirmou.

Ensino superior

Dilma Rousseff disse que um dos compromissos mais importantes do governo é o acesso ao ensino superior. “Desenvolvemos programas, ampliamos infraestrutura e garantimos a ampliação significativa na área das universidades”, disse.

Numa referência ao filme brasileiro Que horas ela volta?, Dilma afirmou que o Enem é um caminho de oportunidade para várias portas. “Eu assisti ao esforço feito para criar o Enem com uma forma de garantir que nós tivéssemos uma política de acesso democrático ao ensino superior que não fosse uma política que não beneficiasse esse ou aquele, mas através de um processo de seleção geral”, afirmou.

‘Andar para frente’

Ao lado dela, estava o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB). Durante o lançamento do Programa Nacional Hora do Enem, Mercadante afirmou que está sendo difícil falar de coisas positivas do Brasil. “Educação não pode ficar presa à agenda de crise, tem que andar para frente”, disse.

Mercadante lembrou que a administração federal quer permitir que os estudantes tenham um diagnóstico e plano individualizado de estudo para se preparar para o Enem de 2016. “Vamos fazer um simulado oficial do MEC online para todos os estudantes concluintes”, afirmou.

Será apresentada ainda uma plataforma de estudo individualizada e um sistema de videoaulas para acessar por meio da internet. O sistema estará disponível ainda nesta terça-feira, hoje. O primeiro simulado será realizado no dia 30. A dificuldade das provas será dada por meio da complexidade dos cursos escolhidos pelos alunos e o programa apresentará um plano de estudo para os alunos. As inscrições ocorrerão entre os dias 11 e 15.

O segundo simulado será em 25 de junho, o terceiro, em 13 de agosto, e o último, em 8 e 9 de outubro. Os três primeiros simulados contarão com 80 questões e os estudantes terão quatro horas para realizar as provas. O resultado dos exames será a base para o plano de estudos que o programa desenhará.

Para chamar a atenção dos alunos, o ministro da Educação lançará no dia 30 o MECflix, numa referência ao programa de filmes e séries da internet, o Netflix. “É para chamar para estudar mesmo, para de ver filme e vem estudar”, disse. O Poder Executivo lançou ainda a TV Escola, com aulas pela televisão. “Pode até namorar, mas só depois de estudar muito, para termos um salto de qualidade na Educação”, afirmou.

Competitividade

O presidente da CNI ressaltou ainda é preciso fazer reformas para recuperar a competitividade. “Índices são reflexos do momento difícil que o País vive”, disse Andrade que elogiou a prioridade dada pelo governo, que possibilitou avanços importantes. “Os reflexos da situação para o desenvolvimento econômico e competitividade são conhecidos”, afirmou, antes de lembrar a alta taxa de desemprego.

Dilma participa da cerimônia de lançamento do programa virtual para ajudar estudantes a se prepararem para aprovação do Exame Nacional do Ensino Médio. A princípio, a solenidade seria realizada no Ministério da Educação, mas foi transferida para o Planalto a fim de que Dilma possa participar do evento e aproveitar para fazer mais um evento em defesa do seu governo, mostrando que a administração não está parada, mas tocando as iniciativas de sua gestão.

Sobre o programa, o presidente da CNI afirmou que o sistema educacional deve alcançar equilíbrio por meio do projeto. “O objetivo é desenvolver nos indivíduos e prepará-los para a vida com flexibilidade para enfrentar situações de emprego, desemprego e alto emprego”, disse Andrade, ao lembrar que a confederação participa do programa com “satisfação”.

A presidente tem usado essas cerimônias para transformar o Palácio do Planalto num palanque contra o impeachment. Dilma quer aproveitar também para tentar reverter a batalha na comunicação que o governo acha que está perdendo por causa das inúmeras denúncias e delações levantadas pela Operação Lava Jato.