A presidente Dilma Rousseff deve usar a cerimônia de chegada da tocha olímpica ao país para, em seu discurso, tentar passar a imagem de que o governo “não jogou a toalha” na disputa do impeachment. A ideia é mostrar “que o jogo só acaba quando termina”. Ela deve ser comedida nos comentários pelo caráter internacional da cerimônia. O discurso da presidente deve acontecer por volta das 10 horas.

Pelo lado do Comitê Olímpico Internacional (COI), o receio é de que o revezamento da tocha olímpica em território nacional até chegar ao Rio no dia da abertura dos Jogos Olímpicos, em 5 de agosto, seja alvo de protestos por conta da situação política do País. A tocha passará por 327 cidades em 95 dias, com a participação de 12 mil pessoas. Já os membros do Comitê Rio-2016 esperam que o símbolo dos Jogos servirá para celebrar o esporte e unir o País.

Em entrevista na semana passada à rede de TV norte-americana CNN, Dilma disse que ficará “muito triste” se não estiver à frente da Presidência durante os Jogos. “Se isso acontecer, ficarei muito triste porque nós fizemos um enorme esforço no espírito de parceria com o governo do Rio de Janeiro e nos engajamos num esforço no qual aprendemos muitas lições da recente Copa do Mundo”, afirmou.

Além de Dilma, devem discursar o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman; o ministro do Esporte, Ricardo Leyser; e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. A previsão é de que a tocha chegue a Brasília por volta das 6 horas, mas desde as 3 horas da madrugada, quando a aeronave ingressar no espaço aéreo brasileiro, será monitorada pelo controle de tráfego aéreo.

Nuzman entrará com a tocha por uma entrada lateral do Planalto, às 8h50. Nuzman vai até a sala de Dilma e juntos os dois descerão a rampa interna do Planalto. Em seguida, a presidente recebe a tocha olímpica e a entrega à bicampeã olímpica de vôlei Fabiana Claudino, que dará início ao revezamento, descendo a rampa do Planalto. Neste momento, sete aeronaves da Esquadrilha da Fumaça vão sobrevoar a Esplanada dos Ministérios. (colaboraram Jamil Chame e Paulo Favero, de Genebra)

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