Há um ramo no direito bastante interessante e controverso. Trata-se daquele responsável por propriedades industrial e intelectual, marcas e patentes, direitos autorais etc. Um crime bem comum é o de contrafação: falsificação de produtos, valores e assinaturas de modo a iludir sua autenticidade. Há também o plágio: apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual, ou signos produzidos por outrem.

Políticos e governantes brasileiros, ao longo da história, protagonizaram vexames públicos com falas exóticas, desconexas, eivadas de ignorância e falta de significado. Nas últimas décadas tivemos Collor e seus “duela a quien duela” e “aquilo roxo”. Tivemos o corrupto e lavador de dinheiro, Lula da Silva, com o “ponto G da política” e “o problema é que a Terra é redonda; fosse quadrada, a poluição do hemisfério norte não atingiria o Brasil”.

Porém, ninguém conseguiu superar Dilma Rousseff. Dilminha foi – e ainda é – inigualável no quesito. Afinal, como competir com: estocar vento, saudar a mandioca, matar as mosquitas, cachorros ocultos atrás de crianças, ninguém vai perder ou vencer; todo mundo vai perder e vencer, dobrar a meta sem meta, 50% de 100% não é 50% de 100%; é 25% de 50%, e outras tantas esquisitices saídas daquela cacholinha maravilhosa que destruiu o País?

Mas é o seguinte: alguém está firmemente decidido a tomar o lugar da nossa rainha. E, pelo andar da carruagem, não só irá conseguir como fará a petista comer poeira no segundo lugar. Me refiro, é claro, a Jair Bolsonaro, o maníaco do tratamento precoce, o devoto da cloroquina, o amigão do Queiroz, o marido da receptora de cheques de milicianos, o pai do senador das rachadinhas, o psicopata do Planalto, o amigo de fé, irmão camarada do Centrão.

Besteiras ditas, escritas e feitas não faltam no currículo do Capetão. Segundo ele: brasileiro pula e sai do esgoto, não pega nada; vacina transforma pessoas em jacarés; moradores do litoral não pegam Covid por causa do sol; não é coveiro para falar de mortos; a Covid é uma gripezinha. E a última (ao menos até as 17h de 08/02/21): “A Amazônia pega fogo? Não pega. Nem se você pegar o fósforo, o álcool, é difícil pegar fogo. É úmida, não pega fogo”.

Eu não sei se Bolsonaro diz essas coisas por ignorância ou por método. O que sei é que anda no limite da contrafação, do plágio. E Dilminha ‘Doidivanas’ Rousseff não deve estar gostando nadinha dessa história. É bom Jair preparando Wassef – o advogado da família Buscapé, que escondia o Queiroz num cafofo em Atibaia – porque desse jeito “a chinela vai cantar”. Uma coisa é rachadinha. Outra, bem diferente, é apropriação intelectual indevida.