Para a coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Salvador (PED-RMS), Ana Margaret Simões, pesquisadora do Dieese, o quadro do desemprego na área da capital baiana, mostrado também nas pesquisas da Pnad Contínua, vem se agravando desde o fim de 2014, mas a situação tornou-se ainda mais dramática nos últimos três meses.

Em abril, a PED apontou uma taxa de desemprego de 23,4% da População Economicamente Ativa (PEA) na região, resultado que mostra um retrocesso de uma década no mercado – desde julho de 2007, a taxa não alcançava essa marca. Houve um crescimento de 2,1 pontos porcentuais em apenas um mês – março registrou 21,3%. De acordo com os dados do PED-RMS, abril registrou 439 mil desempregados, 44 mil a mais do que no mês anterior. Houve um corte de 18 mil vagas e um crescimento da PEA de 26 mil pessoas.

Os setores de comércio, reparação de veículos (com menos 10 mil postos) e da construção (com redução de 8 mil vagas) puxaram a oferta de empregos para baixo. O pico dos desocupados na RMS, segundo o estudo, que soma desemprego aberto, desemprego oculto por trabalho precário, mais o desemprego oculto por desalento, ocorreu em 2003 quando a medição bateu nos 30% da força de trabalho. A média atual de tempo de um desempregado procurando trabalho é de 50 semanas, “o que chamamos de desemprego de longa duração”, explicou a pesquisadora. “Temos uma crise agravada por falta de investimentos, aumento dos juros e crise política”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.