Diddy escapa de acusações mais graves em caso de prostituição

WASHINGTON, 2 JUL (ANSA) – Após um julgamento de oito semanas em Nova York, o rapper Sean “Diddy” Combs foi absolvido das acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão, as mais graves contra ele, mas considerado culpado de transportar pessoas para prostituição.   

Os 12 jurados chegaram a veredictos sobre quatro das cinco acusações na terça-feira (1º), antes de alcançarem um acordo sobre a última na manhã desta quarta (2), depois de semanas de depoimentos e discussões acaloradas.   

O magnata do hip-hop foi considerado inocente de tráfico sexual e, especialmente, de conspiração, um crime punível com prisão perpétua, mas culpado por duas acusações de transporte para fins de prostituição, que envolve a transferência de uma pessoa de um estado para outro segundo a lei norte-americana.   

Na decisão, o júri acusou ele de transportar duas ex-namoradas que estavam sendo abordadas no julgamento: Cassie Ventura e uma mulher com pseudônimo Jane.   

O resultado é uma espécie de vitória para Combs, que enfrentaria uma possível sentença de prisão perpétua se tivesse sido condenado por outras acusações no caso. Agora, porém, ele corre o risco de pegar uma pena de até 10 anos em cada uma das duas acusações de prostituição.   

“Vocês ouviram, trabalharam juntos, estiveram lá todos os dias, faça chuva ou faça sol. Vocês fizeram isso sem outra recompensa além de atender ao chamado do serviço público. Isso deve nos dar esperança”, declarou o juiz Arun Subramanian aos jurados, que ainda terão que decidir a sentença do rapper.   

Após o anúncio, o advogado de Diddy, Marc Agnifilo, solicitou a liberdade condicional do cantor e produtor, tendo em vista que ele foi absolvido das acusações mais graves.   

Pouco antes da decisão do júri, “P. Diddy”, cujo nome verdadeiro é Sean Combs, rezou no tribunal enquanto olhava para seus familiares. “Deus, por favor, cuide da minha família”, disse ele.   

O rapper norte-americano foi acusado de forçar mulheres, incluindo sua namorada de 2007 a 2018, a cantora Cassie, e uma ex mais recente, que testemunhou sob o pseudônimo de “Jane”, a participarem de maratonas sexuais com garotos de programa enquanto ele se masturbava ou filmava.   

Diddy também foi denunciado por supostamente montar uma rede criminosa, que ele liderava, para organizar essas maratonas, conhecidas como “freak-offs”.   

Com 55 anos, Diddy teve uma carreira tripla como produtor, rapper e empresário. Em 2023, Cassie entrou com uma ação civil contra ele por um estupro ocorrido em 2018, acusando-o de uma década de comportamento “violento” e “desviante”, incluindo sexo forçado com prostitutas.   

Embora o caso tenha sido resolvido “amigavelmente” em 24 horas, conforme um acordo confidencial, deu origem a outras alegações, levando a este julgamento criminal no tribunal de Manhattan.   

Durante o julgamento, os advogados de P. Diddy fizeram tudo o que podiam para desacreditar as testemunhas de acusação com interrogatórios severos e tentaram demonstrar que seu cliente tinha um estilo de vida “poliamoroso” que não era passível de punição criminal.   

Cassie e Jane admitiram que seus respectivos relacionamentos envolviam amor, mas que foram simultaneamente submetidas a ameaças relacionadas às suas reputações, situação financeira e integridade física.   

Os jurados assistiram a gravações dessas maratonas sexuais, bem como a imagens de vigilância de um hotel de Los Angeles mostrando o magnata do hip-hop arrastando Cassie para o chão e a espancando.   

Diddy foi preso inicialmente sob a acusação de administrar um esquema criminoso que envolvia tráfico sexual, obstrução da justiça, fraude e coerção. (ANSA).