A adaptação escolar na Educação Infantil é um grande desafio na vida das crianças que estão indo pela primeira vez à escola – e também dos adultos – afinal, a escola é o primeiro grupo social que a criança irá integrar depois da família. 

 

Esse é, possivelmente, o primeiro período mais longo fora das asas das mães e dos pais, o que pode gerar uma mistura de sentimentos, muitas vezes ambíguos: ansiedade, liberdade, alívio, insegurança, alegria e saudade misturam-se dentro dos adultos, das crianças, das relações e isso é perfeitamente normal quando temos consciência de que se trata de um momento importante, necessário e que faz parte do crescimento.

 

A pedagoga Paula Strano, cofundadora da Plataforma Ler o Mundo, traz a importância de compreendermos também o lado dos adultos, mais precisamente da mãe, durante a adaptação escolar: “O processo traz grandes expectativas, principalmente por parte das mães, que devem ser compreendidas e acolhidas para que o processo transcorra da melhor maneira possível. Digo da melhor maneira possível pois cada processo de adaptação é singular, cada criança tem seu tempo e esse é o primeiro ponto importante dessa reflexão.”

 

Aqui vão algumas dicas para quem vai passar pelo processo pela primeira vez:

 

1- Entenda o que significa o processo para o seu filho

 

A criança, desde o seu nascimento, passa por vários processos de adaptação: a saída do ventre materno, a aprendizagem da amamentação e introdução alimentar, por exemplo. Todos muito importantes e dentro do núcleo familiar. A ida à escola, geralmente, é a primeira adaptação da criança fora do núcleo familiar. Ela terá que criar vínculos e confiar em pessoas diferentes, em um espaço totalmente novo. 

 

2-    Participe do processo da maneira que você pode

 

Grande parte das escolas conta com a participação de algum adulto de referência para as crianças nos primeiros dias ou até semanas. Existem escolas que permitem a entrada dos adultos em algum ambiente próximo da sala de aula. 

 

Sabemos que as mães e pais que trabalham, muitas vezes, não conseguem estar disponíveis para a adaptação escolar, o que é totalmente compreensível. Para resolver a questão, tem gente que negocia um horário de entrada diferente no trabalho ou até tira férias nesse período, tem gente que chama algum parente ou a babá. 

 

Além disso, agora com a Pandemia, a presença de mais gente na escola precisa ser muito bem pensada e organizada de acordo com os protocolos. Garantir a segurança emocional e a saúde das crianças (e adultos) neste momento é um grande desafio para as escolas e as famílias.

 

3-    Confie nas orientações da escola

 

As crianças ficam seguras quando nós estamos seguros e passamos isso para elas naturalmente. Confie nas orientações da escola e converse de maneira assertiva e honesta em caso de dúvida. Escola e família precisam formar uma parceria positiva, respeitosa e com trocas produtivas. Em momento de Pandemia, as orientações também levam em consideração os protocolos de higiene e as questões emocionais que podem emergir com a situação.

 

4-    Dê tempo ao tempo

 

Como foi dito no início do texto, existem crianças que vão se adaptar logo no primeiro dia, dando tchau, existem crianças que vão precisar de um tempo maior, uma atenção maior dos professores e da escola, enfim, para isso não existe uma regra. Existe acolhimento, escuta, incentivo e compreensão. 

 

5- No final, tudo dá certo!

 

A escola é extremamente importante na vida de uma criança, lá ela irá se socializar, aprender e se desenvolver. Isso não significa que a família também não tenha o seu papel: juntas, família e escola, em parceria, são essenciais para um processo de aprendizagem saudável que engloba perceber o outro, dividir, colaborar, interagir, perceber diferentes opiniões, colocar-se no lugar do outro. 

 

Na fase de alfabetização, por exemplo, a família pode participar muito fazendo algo diferente do que faz a escola, no dia a dia, trazendo a função da leitura e da escrita para a vida, como propõe o curso Experiência Ler o Mundo. Venha conhecer!