Os jogadores do Cruzeiro pisarão no gramado do Mineirão na tarde deste domingo com uma missão espinhosa: evitar o primeiro rebaixamento para a Série B da história do clube. Para isso, será preciso derrotar o Palmeiras, às 16h, e ainda torcer por uma derrota do Ceará para o Botafogo, no mesmo horário, no Rio. Essa é a única combinação de resultados que salva o clube mineiro da degola.

Caso se confirme, o rebaixamento será a consequência desastrosa de uma temporada caótica para o clube. Os primeiros meses foram bons, mas mostraram-se enganosos. Ao longo de 2019, o Cruzeiro viveu um processo de decadência que, não por coincidência, começou com uma denúncia de corrupção de dirigentes celestes.

O título do Campeonato Mineiro e a boa campanha na fase de grupos da Libertadores fizeram o time cruzeirense ser muito elogiado no início do ano, mais precisamente até o mês de abril. Em maio, começaram os problemas. Uma investigação da Polícia Civil resultou em uma denúncia de transações irregulares e uso de empresas de fachada para ocultar crimes cometidos dentro do clube. Isso gerou enorme instabilidade na equipe e não demorou para que os maus resultados aparecessem.

Após a Copa América, o Cruzeiro foi eliminado da Libertadores pelo River Plate e da Copa do Brasil pelo Internacional. A campanha no Brasileirão foi ruim desde o início, mas no clube sempre prevaleceu a certeza de que quando a equipe se dedicasse com afinco à competição, as vitórias surgiriam. Mas não surgiram.

A troca de Mano Menezes, bicampeão da Copa do Brasil, por Rogério Ceni resultou em um desastre. O jovem técnico não conseguiu domar as “feras” do elenco, especialmente Thiago Neves, e durou pouco no cargo. A seguir, chegou o veterano Abel Braga, muito mais agradável para os atletas, mas o carioca não foi capaz de tirar o Cruzeiro do buraco.

A três rodadas do fim, chegou Adilson Batista, antigo ídolo da torcida celeste. E, por enquanto, não adiantou nada. O Cruzeiro só chegou à última rodada com chance de escapar do rebaixamento porque o Ceará perdeu para o Corinthians na quarta-feira, mas agora quer aproveitar o “presente” que ganhou do concorrente. O treinador, porém, não terá Edilson, Egídio e Ariel Cabral, todos suspensos, e Robinho, machucado. Apesar disso, ele acredita naquilo que chama de milagre.

“Milagre existe, e a gente precisa acreditar. Tempo para treinar não tem. Você precisar recuperar os jogadores, o lado emocional é muito importante. É repouso e conversa para que a gente faça um grande jogo e vença o Palmeiras. É o que nos resta. O torcedor vai colocar a bola para dentro no domingo”, disse o treinador.