Livres de preconceitos e com forte espírito empreendedor, muitas empresárias vão comemorar o Dia Internacional da Mulher na próxima segunda-feira, 8, faturando alto com o mercado erótico. 

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Laís Conter, uma das sócias da startup Tela Preta e criadora do projeto Me Lambe, e Stephanie Seitz, diretora da INTT Cosméticos, contam como foi entrar no mercado do prazer e como isso afetou suas vidas de forma positiva.

“Quando eu criei o “Me Lambe” (@me_lambelambe no Instagram), em 2018, pouca gente entendeu a proposta e apoiou. Senti mais apoio no momento em que a página já era maior e eu estava fazendo eventos por ela. Quando fui convidada pra co-criar a Tela Preta (@telapreta.app, primeira plataforma de áudios eróticos do Brasil) acho que já estavam acostumados e aceitaram com muito mais facilidade”, disse Laís. 

Já Stephanie ressalta a importância de entendermos que por mais que lide com sexo, esse tipo de mercado não é apenas “vulgar”. “Muitas pessoas acabam lincando o mercado a vulgaridade, porém, é totalmente ao contrário. Aqui na Intt, criamos cosméticos que incentivem os casais a terem uma intimidade maior e focamos muito no autoconhecimento, pois sabemos que ele é a chave do prazer e bem estar.”

Como o foco de Stephanie é nos cosméticos eróticos, o maior medo dela ao investir nisso foi o controle de qualidade. “Você está em um segmento onde as pessoas realmente usam os produtos na parte íntima, exatamente por isso os produtos devem ter uma alta qualidade e rigorosos testes para que não se tenha nenhum tipo de problema para seus usuários. Na Intt cosméticos sempre fazemos testes ginecológicos e dermatológicos para garantir a segurança dos nossos usuários”, explica. Ela também deixa claro que não realizam testes em animais. 

Para Laís, o assédio e o julgamento eram o que mais a assustava. “Eu tinha muito medo do julgamento alheio no começo. E também do assédio, por ser uma mulher falando e trabalhando com a temática da sexualidade. Tanto que durante alguns meses mantive o anonimato pra tentar me preservar. Mas com o tempo fui me importando menos com isso e aprendendo a lidar melhor com a situação.”

Sobre o público que busca as duas empresas, ele é majoritariamente feminino. Ambas as donas concordam que as mulheres têm a cabeça mais aberta e gostam mais de inovar do que os homens, e a criação desse tipo de empresa de cosméticos e contos eróticos dá mais possibilidades para que as consumidoras se conheçam, tenham mais prazer sozinhas ou acompanhadas.

“Mas isso está mudando, agora as mulheres estão mais dispostas a conhecer seu corpo e saber lhe proporcionar um orgasmo sem contar com um/uma parceiro(a), as mulheres estão aprendendo que o prazer vai muito além do sexo. A gama de produtos e brinquedos que existem para mulheres é infinitamente maior do que para os homens”, conta Stephanie. “ Eu percebo que as mulheres estão mais abertas às novidades do mercado erótico, a se conhecerem e a experimentarem sensações diferentes. Acho que faltavam opções que as mulheres se identificassem. A pornografia visual sempre foi mais focada no prazer masculino”, complementa Laís.

Elas também conquistaram independência financeira com suas empresas. “Eu sou formada em arquitetura e urbanismo e fico imaginando como seria minha rotina se tivesse seguido na profissão, trabalhando em escritório e canteiro de obras. Quando comecei a trabalhar com a temática da sexualidade no Me Lambe e na Tela Preta, passei a sentir mais satisfação com o que eu produzia e também com o retorno do público. Sinto que me dedico mais e o trabalho acaba sendo mais prazeroso num geral também. Além de ter autonomia e flexibilidade com meus horários. Isso pra mim não tem preço”, completa Laís.

“Estamos em um mercado que está em total crescimento. Na pandemia por exemplo tivemos um aumento de cerca de 35% nas vendas, pois as pessoas se viram sem seus/suas parceiros(as) por conta do isolamento e optaram por experimentar novas experiências por meio dos nossos cosméticos e brinquedos”, finaliza Stephanie.