Nos últimos anos, mais mulheres têm ganhado espaço e se destacado dentro e fora do país, seja por seu trabalho, seja por sua força, potencial e exemplo para outras mulheres. Pensando nisso, a reportagem de IstoÉ Gente preparou, neste Dia Internacional da Mulher, 8 de março, uma lista com 10 mulheres brasileiras que têm conquistado destaque nos últimos anos e que são motivo de orgulho para todos os gêneros.
O que é o Dia Internacional da Mulher?
A origem do Dia das Mulheres, incorporada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em seu calendário internacional, está atrelada às reivindicações das trabalhadoras no século XX. A primeira edição do Dia da Mulher aconteceu em 19 de março de 1911. Nessa data, mais de um milhão de pessoas protestaram pelos direitos das mulheres na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Nos primeiros anos, essas datas estavam intimamente ligadas aos movimentos operário e socialista. Em 1914, foi em 8 de março que as mulheres socialistas se reuniram em Berlim, especificamente para exigir o direito ao voto. Esse acontecimento é considerado a primeira manifestação de fato do 8 de março.
No início da década de 1970, os movimentos feministas ocidentais aproveitaram essa data simbólica para fortalecer as reivindicações por direitos políticos e sociais iguais, pela legalização do aborto e pela igualdade no mercado de trabalho.
Em 1977, a ONU, junto com outras organizações internacionais, fez do 8 de março o Dia Internacional da Mulher.
Anitta
Larissa de Macedo Machado, mais conhecida como Anitta (1993), estourou no mundo da música com Show das Poderosas, em 2013, e não parou por aí. Desde então, a cantora, muito visionária, começou a gravar com artistas internacionais, visando quebrar barreiras. E conseguiu! Além de músicas em diversos idiomas, Anitta chegou a participar do programa The Tonight Show, de Jimmy Fallon, um dos talk shows com maior audiência nos Estados Unidos.
Anitta já recebeu vários prêmios e indicações, incluindo quatro Latin American Music Awards, oito MTV Europe Music Awards, três MTV Video Music Awards, dez indicações ao Latin Grammy Awards e duas indicações ao Grammy Awards.
Conceição Evaristo
Conceição Evaristo (1946), mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense, nasceu em uma favela da zona sul de Belo Horizonte. Teve que conciliar os estudos com o trabalho como empregada doméstica. Estreou na literatura em 1990, com obras publicadas na série Cadernos Negros, organizada pela editora.
Suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como discriminação racial, de gênero e de classe. Conceição foi a primeira mulher negra a ganhar o Troféu Juca Pato, em 2023.
Djamila Ribeiro
Djamila Ribeiro (1980), mestre em Filosofia Política pela Unifesp, foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Pólen, e é autora de O Que é Lugar de Fala (2017) e Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (2018).
Filósofa, ativista social, professora e escritora, ela se tornou uma figura importante no combate ao racismo. Em seus debates e obras, traz à tona o racismo estrutural, aquele que está tão enraizado na sociedade, como herança dos tempos da escravidão, que chega a passar despercebido.
Erika Hilton
Natural de Franco da Rocha, São Paulo, a luta de Erika Hilton (1992),pela sobrevivência começou desde cedo. Aos 14 anos, foi expulsa de casa por causa da sua identidade de gênero e precisou recorrer à prostituição para se manter. Na Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo, cursou Pedagogia e Gerontologia, onde iniciou um cursinho de pré-vestibular para mulheres trans e travestis.
Em 2015, Hilton ganhou forte engajamento nas redes sociais após uma polêmica com uma rede de ônibus que se negou a imprimir a passagem com o nome social dela. Com toda a repercussão que o movimento teve, ela não apenas ganhou a causa, mas também se tornou uma líder na luta contra a violência de gênero.
No ano seguinte, Erika iniciou sua carreira política, quando se filiou ao PSol e se candidatou a vereadora de Itu, interior de São Paulo. A primeira empreitada política, contudo, não foi bem-sucedida. Em 2020, ela concorreu como vereadora de São Paulo e tornou-se a mulher mais votada no país naquele ano, com mais de 50 mil votos.
Em 2022, foi escolhida pela bancada PSol-Rede para ser a representante na Câmara dos Deputados e entrou para a história como a primeira deputada federal negra e transexual. A deputada conquistou mais de 250 mil votos em São Paulo.
Ivete Sangalo
Ivete Maria Dias de Sangalo Cady, a cantora baiana Ivete Sangalo (1972), ganhou fama quando se tornou vocalista da Banda Eva, onde permaneceu de 1993 até 1999, antes de seguir carreira solo.
É uma das artistas com maior vendagem de discos no Brasil, foi indicada 15 vezes ao Grammy Latino e é uma das artistas mais populares da música brasileira.
Ivete é um dos símbolos do Carnaval. Todo ano, ela faz uma maratona de shows em todo o Brasil, principalmente em Salvador, onde mora.
Veveta, como é carinhosamente chamada pelos fãs, é uma das maiores e mais importantes figuras da música brasileira, tendo seu sucesso consolidado na história da indústria musical brasileira.
Fernanda Montenegro
A atriz Fernanda Montenegro (1929), que adotou o nome artístico logo no início de sua carreira no rádio, é considerada a grande dama do cinema e da dramaturgia do Brasil. Foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz, por seu trabalho em Central do Brasil (1998). A indicação também foi histórica, por Fernanda ter sido a única atriz indicada ao Oscar por uma atuação em língua portuguesa.
Fernanda também foi a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de Melhor Atriz pela atuação em Doce de Mãe (2013) e a primeira mulher eleita para a cadeira número 17 da Academia Brasileira de Letras, em 2021, tornando-se uma “imortal”. A atriz também é considerada uma das grandes damas do teatro brasileiro.
Em 2022, Montenegro foi a primeira mulher a ocupar a Cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras. Antes, o posto foi ocupado por Sílvio Romero (fundador da ABL), que escolheu como patrono Hipólito da Costa, Osório Duque-Estrada, Roquette-Pinto, Álvaro Lins e Antonio Houaiss.
Em novembro de 2021, a veterana foi eleita com 32 votos para integrar o grupo de “imortais”, estreitando os laços da Academia com as artes cênicas.
Fernanda Torres
Assim como a mãe, Fernanda Montenegro (1965), a atriz, apresentadora, escritora e roteirista Fernanda Torres também é um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Premiada com o Globo de Ouro e indicada ao Oscar de Melhor Atriz, a artista conquistou fãs no Brasil e no mundo.
Vencedora do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, em 1986, pelo filme Eu Sei Que Vou Te Amar, começou a estudar teatro aos 13 anos, quando estreou sua primeira peça. Entrou na televisão aos 14 e aos 15 atuou em sua primeira novela, Baila Comigo. Fez as séries Comédia da Vida Privada, Os Normais e Tapas e Beijos, além dos filmes Kuarup, Terra Estrangeira e Casa de Areia.
Recentemente, Fernanda Torres foi aclamada pela atuação em Ainda Estou Aqui, que foi consagrado pela academia como o Melhor Filme Internacional, em uma conquista inédita para o cinema nacional.
Liniker
Considerada uma das maiores revelações da música brasileira atual, Liniker (1995) é sinônimo de representatividade. Mulher preta e trans, a cantora é também compositora, artista visual e atriz.
Entre suas principais faixas estão Baby 95, Psiu, Calmô, Intimidade e Sorte. A primeira coleciona mais de 24 milhões de plays no Spotify.
Liniker entrou para a história da música ao se tornar a primeira artista transgênero brasileira a receber um Grammy Latino. A premiação reconheceu seu talento na categoria de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira com o álbum Indigo Borboleta Anil.
Ludmilla
Ludmila Oliveira da Silva, mais conhecida como Ludmilla (1995), é um dos principais nomes da música na atualidade. Ela começou no funk com grandes sucessos, como Hoje, Favela Chegou, Onda Diferente e Din Din Din. Mas foi no pagode que a cantora brilhou: dona dos álbuns Numanice, a artista de Duque de Caxias, no Rio, tem mais de 19 milhões de ouvintes no Spotify.
Além de ganhadora do Grammy Latino, Ludmilla é a criadora do evento musical Numanice, turnê de pagode que reúne milhares de pessoas em seus shows.
Laura Cardoso
Laura Cardoso (1927) é uma das principais atrizes da dramaturgia brasileira. Nascida em 1927, começou a atuar aos 15 anos na Rádio Cosmos e estreou na TV com 25, em 1952, em Tribunal do Coração, da TV Tupi. Desde então, trabalhou em mais de 60 telenovelas, sendo a atriz com mais títulos na carreira do país. Em 2006, recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Governo Brasileiro, concedida a personalidades que contribuem para a cultura do país.