Di Pietro rejeita candidatura a governador na Itália

ROMA, 09 MAR (ANSA) – O ex-promotor italiano Antonio Di Pietro, um dos líderes da Operação Mãos Limpas, que desvendou um disseminado esquema de corrupção entre partidos e empresários na década de 1990, rejeitou uma candidatura a governador de Molise.   

A decisão chega pouco depois de partidos de centro-esquerda terem alcançado um acordo para apoiar Di Pietro nas eleições na região mais jovem da Itália, marcadas para 22 de abril.   

Uma emissora local telefonou para Di Pietro, 67 anos, e perguntou se ele confirmava a candidatura. “Não, obrigado.   

Acabei de chegar para podar as oliveiras e devo ajeitar a plantação”, respondeu o ex-promotor, que é natural de Molise e produz azeite.   

Ele seria a figura escolhida para tentar reunir a centro-esquerda, que concorreu dividida nas eleições legislativas de 4 de março e sofreu uma dura derrota. Em Molise, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) obteve quase 45% dos votos, enquanto a esquerda ficou por volta dos 20%.   

Mãos Limpas – Di Pietro se aposentou como promotor em 1994, após o fim da “Mãos Limpas”, e entrou para a política na segunda metade daquela década.   

Ao longo de 15 anos, exerceu os cargos de eurodeputado, deputado, senador, ministro do Trabalho e ministro dos Transportes – estes dois últimos no governo de centro-esquerda de Romano Prodi. Ele também fundou o partido Itália dos Valores (IdV), o qual deixaria em 2013.   

Di Pietro foi um dos promotores da “Mãos Limpas”, operação que investigou 4,5 mil pessoas, indiciou 3,2 mil e obteve cerca de 1,3 mil condenações, redefinindo o mapa político da Itália e causando a extinção da Democracia Cristã e do Partido Socialista Italiano, que governavam o país desde o fim da Segunda Guerra.   

A operação também serviu de inspiração para a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro. (ANSA)