NÁPOLES, 14 NOV (ANSA) – O Conselho Disciplinar da Ordem dos Jornalistas da região da Campanha, na Itália, convocou nesta quarta-feira (14) o ministro do Trabalho e vice-premier italiano, Luigi Di Maio, para “fornecer esclarecimentos sobre suas declarações sobre a categoria”.   

O líder do Movimento 5 Estrelas, um dos partidos-membros da coalizão que governa a Itália, culpou a imprensa pelos problemas judiciários da ex-prefeita de Roma, Virginia Raggi, que foi absolvida no último fim de semana em um julgamento por falso testemunho. Di Maio chamou jornalistas de “abutres” e, além disso, os acusou de “tentarem convencer o movimento [5 estrelas] a abandonar” a prefeita com “insinuações ridículas”.   

O ex-deputado Alessandro Di Battista, uma das figuras mais populares do M5S, qualificou jornalistas como “putas” e “vendidos”. “Eles não se prostituem por necessidade, apenas por covardia”, declarou. Di Maio e Di Battista não citaram nenhum nome.   

Nesta terça-feira (14), o ministro ainda declarou abriria mão de sua imunidade parlamentar para responder pelo caso. O M5S já chegou até a propor a abolição da Ordem dos Jornalistas, que representa e protege a categoria.   

Ameaça – O jornalista Federico Ruffo, da rede de televisão italiana “Rai” foi ameaçado após publicar uma reportagem sobre o envolvimento de dirigentes da Juventus com membros da organização mafiosa ‘ndragheta, da Calábria, e torcidas organizadas da Velha Senhora.   

Uma cruz pintada de vermelho foi desenhada no muro próximo à porta da casa do profissional e benzina foi espalhada no corredor próximo à porta de seu apartamento na última segunda-feira (12), em Ostia. O jornalista prestou queixa à polícia local, que está investigando o caso.   

“Expressamos toda a nossa solidariedade e proximinadde ao jornalista Federico Ruffo e toda a redação do Report [programa em que Ruffo trabalha]. A gravidade dos acontecimentos fala por si. Por nenhum motivo no mundo, o serviço público radio-televisivo de um Estado democrático pode sofrer ameaças do tipo. Confiamos no trabalho dos investigadores e das forças de ordem para identificar os responsáveis e assegurar a Justiça”, escreveu a comissão parlamentar da Liga, partido-membro da coalizão que está no poder na Itália, que investiga do caso.   

(ANSA)