Uma clínica de hipnose está sendo investigada pela Polícia Civil de Distrito Federal por oferecer “tratamento do homossexualismo”, popularmente conhecida como “cura gay”. A prática da terapia de reversão sexual é vedada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e, em 2019, foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O termo “homossexualismo” foi retirado de circulação pela Organização Mundial de Saúde (OMS), há 30 anos, quando a homossexualidade era classificada como doença. “Vamos analisar se existe crime de exercício ilegal da profissão, homotransfobia ou algum outro”, explicou a delegada Ângela Maria dos Santos ao portal Metrópoles.
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). A Câmara Legislativa do DF (CLDF) também acionou o Ministério Público.
De acordo com o site da Hipnoticus, o serviço para “tratar o homossexualismo” custa R$ 29.990 e gera resultados em seis meses. A hipnose é feita pelo método “Psicoterapia Sem Falhas”, usado pelo hipnoterapeuta Gabriel Henrique de Azevêdo Veloso.
Procurado pelo G1, Gabriel Henrique negou que ofereça cura para pessoas LGBTQIA+. “Foi um mal-entendido. A palavra homossexualismo [sic] tem uma conotação negativa e já foi retirada do site”, disse.
“Tem gente que procura esse tipo de tratamento, não é algo forçado a ninguém. Não tem cura gay, não tem fobia nenhuma e nenhum preconceito, muito pelo contrário. O cliente homossexual que quiser ser tratado pode ser tratado sem mudança de orientação sexual, foi uma infelicidade por conta do termo”, explicou o hipnoterapeuta ao G1.