Samuel Carlos da Silva Batista, de 30 anos, é suspeito de estelionato sentimental por fingir fazer parte da Polícia Militar do Distrito Federal e da Polícia Militar de Goiás para atrair mulheres que conhecia por meio de aplicativos de relacionamento ou por intermédio de amigos em comum. Para conseguir a confiança delas, o homem preparava surpresas e fazia declarações de amor. Depois, ele afirmava que estava com o cartão de crédito bloqueado e pedia dinheiro emprestado. As informações são do UOL.

A primeira vítima que realizou uma notícia-crime contra Samuel foi uma mulher que atua como empresária, em Ceilândia (DF). Ela informou que o conheceu por meio de amigos em comum e iniciou um relacionamento com ele em 2020.

“Durante os primeiros cinco meses de namoro, quem bancava tudo era ele. Depois disso, ele disse que queria comprar um carro e foi fechar esse negócio. Só que para ele fechar esse negócio, ele disse que ainda faltavam R$ 4 mil, pois estava com um cartão bloqueado. Falei: ‘Vamos fazer assim, eu te empresto os R$ 4 mil e quando a sua conta desbloquear, você me paga’. Ficou acordado assim, só que nunca houve o pagamento.”

“Nesse tempo, ele começou a falar desse cartão bloqueado o tempo todo, então ele foi tirando dinheiro aos poucos, emprestado. Em setembro, eu percebi que tinha algo errado, que não era possível um cartão passar tanto tempo bloqueado”, acrescentou.

Segundo ela, o seu prejuízo total foi de R$ 26 mil. Meses depois, a empresária soube que Samuel estava com outra mulher e resolveu investigar o caso. “Eu achei que era apenas uma traição.” Então ela resolveu conversar com a nova namorada do falso policial e as duas descobriram que haviam caído em um golpe.

“Foi aí que percebi que tinha caído em um golpe e que outras pessoas também. Me juntei a essa outra moça e a gente foi à delegacia.” “Ele não enganou só a mim, ele enganou amigos de oito anos (de relação), a família, porque a própria família acreditava que ele era policial, e nossos amigos em comum também”, disse a empresária.

Depois a empresária também se reuniu com outras vítimas e todas perceberam que ele tinha um modus operandi: estava sempre armado, contava fatos fictícios de casos como policial, mandava fotos das fardas e por último falava dos problemas financeiros.

Em registros públicos de concursos do estado de Goiás, o nome de Samuel apareceu que ele se inscreveu para vagas de vigilante penitenciário, bombeiro militar e policial militar. Os documentos constam que ele foi desclassificado e eliminado.

Além disso, Samuel aparece na plataforma Get Ninjas como detetive particular. Inclusive, já negociou 12 serviços. Ele ainda oferece consultorias de arte, musical, marketing, finanças, carreira, imagem, Recursos Humanos (RH), entre outros.

O UOL entrou em contato com Samuel e ela afirmou que vai se posicionar apenas por meio da sua advogada, mas ele recusou fornecer o contato da sua defesa.

A Polícia Civil do Distrito Federal confirmou que o caso continua sendo investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM 2) e pela 26ª Delegacia de Polícia de Samambaia do Norte.