A advogada Elieni Prado Vieira, de 56 anos, foi submetida no dia 19 de maio a cirurgias plásticas de lipoaspiração, abdominoplastia e uma correção de hérnia umbilical no Hospital Daher Lago Sul, em Brasília (DF). Após receber alta, ela começou a passar mal e sofrer com sangramentos e morreu 26 dias depois, em 14 de junho. Agora, a família da profissional denunciou o cirurgião plástico Armando dos Santos Cunha por suposto erro e negligência no atendimento pós-operatório da paciente. As informações são do Uol.

“No primeiro dia em casa, ela acordou vomitando sangue de coloração escura, sentiu falta de ar, apresentou palidez e inchaço. Falamos com a clínica do médico por telefone nos primeiros dias, só que, no terceiro, a levamos até lá. Nisso, ele examinou a olho nu e disse que estava tudo certo. Mas, ainda assim, passou sete injeções anticoagulantes”, relatou o filho de Elieni, Filipe Vieira de 27 anos.

Mesmo assim, a advogada continuou perdendo muito sangue. “O recipiente do dreno dela era de 500 ml e enchia muito rápido, em apenas três horas”, acrescentou Filipe.

Com a piora no estado de saúde de Elieni, no dia 30 de maio, um exame apontou que ela estava com baixo índice de sangue no corpo e quadro de infecção. Na sequência, ela foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Anchieta e precisou usar 56 bolsas de sangue.

“Era como se fosse um balde furado. É triste até lembrar a cena da UTI da minha mãe com sangue saindo pelo nariz e pela boca sob aparelho de ventilação mecânica. Foram 15 dias em uma luta para sobreviver.”

Após a morte da advogada, o atestado de óbito apontou que a causa foi isquemia mesentérica (interrupção do fluxo de sangue no intestino).

Os familiares acreditam que a morte poderia ter sido evitada se o médico cirurgião não tivesse sido negligente no atendimento pós-operatório. “Estamos querendo Justiça porque acreditamos em erro médico. Mas o fato é que não houve um acompanhamento pós-operatório. Ele soube apenas ganhar o dinheiro com a cirurgia. O resto foi por conta do paciente. Em qualquer momento pediu exames. Nós, leigos, que fomos diretamente atrás disso. Sempre falava que estava tudo certo, mas se tivesse pedido exame quando o procuramos, ela poderia estar viva”, relatou Filipe.

Ao ser questionada pelo Uol, a Polícia Civil informou que o caso é apurado pela 12ª Delegacia de Polícia de Brasília. Ressaltou que os responsáveis pelo inquérito devem se pronunciar após o avanço das investigações.

O que diz o Hospital Daher Lago Sul?

O Hospital Daher Lago Sul informou por meio de nota que a advogada teve “alta em 20 de maio, sem intercorrências. [Ela] saiu andando do hospital. O Hospital Daher ficou sabendo da situação de saúde pela imprensa. O médico citado não possui consultório no hospital”.

Já o médico Armando dos Santos Cunha não respondeu os contatos da reportagem do Uol feitos por e-mail, telefone pessoal e redes sociais.