No domingo (13), a Arquidiocese de Brasília (DF) afastou o padre Vanilson da Silva. Ele realizava missas e sessões de exorcismo na capital federal. No entanto, as razões que levaram ao seu afastamento não foram divulgadas. Até o momento, o que se sabe é que o pároco tinha um projeto para reformar um galpão de cinco mil metros quadrados e, com isso, acumulou uma dívida de R$ 1 milhão. As informações são do iG.
O galpão, localizado em São Sebastião, área rural do DF, recebeu o nome de “Rincão do Milhão”. O complexo tem capacidade para acolher 10 mil pessoas.
O custeio da obra é realizado por meio de doações. Alguns voluntários ajudam o padre Vanilson a distribuir carnês e outros, na arrecadação online.
No texto, publicado na página do Instituto Missionário Rosa Mística, da Associação Padre Júlio Negrizzolo, Vanilson informou que realizou uma entrada de R$ 300 mil e parcelou o restante em 20 parcelas de R$ 35 mil, das quais apenas 10 foram pagas.
“As despesas são muitas e incluem, entre outras, o acolhimento e manutenção dos nossos irmãos que estão à beira do caminho e aqueles que estão em processo de restauração do mundo das drogas. Não é cobrada nenhuma taxa no período em que (os dependentes químicos) estão em processo de restauração, que leva, no mínimo, nove meses”, completou.
Afastamento
Desde que foi anunciado o seu afastamento, padre Vanilson pediu para que os fiéis realizassem orações por ele.
Em uma mensagem, ele afirmou que os bispos se reuniram com seus superiores e exigiram sua saída imediata. “Me senti violentamente desrespeitado, porque todas as reuniões foram feitas sem a minha presença. Eu, como objeto das reuniões, nunca fui ouvido.”
Como ainda não há informações sobre as razões do seu afastamento. Sobraram apenas especulações. Uma delas é sobre as suas pregações intensas e sessões de exorcismo.
Duas vezes por semana o padre Vanilson celebrava missas na Igreja Perpétuo Socorro, no Lago Sul. Pedro Gustavo, de 22 anos, secretário da paróquia, afirmou que o religioso não fazia menções ao exorcismo durante a sua homilia.
“A igreja não permite, não pode fazer isso, não. A homilia dele era muito forte, só vendo para entender. Ele canta, dá bênçãos. Vem gente de todo lugar para ver.”
Abaixo-assinado
As suas pregações fizeram com que o padre ganhasse notoriedade. Por isso, algumas pessoas iam até a capital federal para vê-lo.
Alguns fiéis acreditam, inclusive, que ele tem o poder de cura e libertação. Por esse motivo, realizaram uma petição online para que o religioso volte para as suas funções. O documento continha, na manhã de quarta-feira (16), 3,5 mil assinaturas.
Em nota, a Arquidiocese de Brasília informou que “em breve será oportunamente nomeado outro sacerdote para a função de exorcista”. O comunicado, assinado pelo Gabinete Episcopal, pede aos fiéis “a confiança e a solicitude para com o discernimento da Igreja, expresso por suas autoridades”.