Dezesseis funcionários da ONU continuam presos na Etiópia, enquanto outros seis foram libertados pelas autoridades em meio a operações massivas, informou nesta terça-feira (9) o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

“É claro que estamos trabalhando ativamente com o governo etíope para garantir sua libertação imediata”, disse Dujarric a repórteres na sede da ONU em Nova York.

“Pelo que eu sei, eles não nos deram nenhuma explicação sobre o motivo da prisão desses funcionários”, acrescentou.

A ONU e fontes humanitárias disseram à AFP que mais de uma dezena de etíopes que trabalhavam para a ONU foram presos em Addis Abeba durante operações que visavam encontrar pessoas da etnia tigré, no âmbito do estado de emergência em vigor neste país em guerra .

Na semana passada, o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed declarou estado de emergência de seis meses em meio a temores crescentes de que combatentes da Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF) e grupos rebeldes do Exército de Libertação Oromo (OLA) avançariam em direção à capital.

Grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, denunciaram as medidas de emergência, que permitem que qualquer pessoa suspeita de apoiar “grupos terroristas” seja revistada e detida sem um mandado, em particular membros do grupo étnico tigré.

Milhares de pessoas foram presas neste contexto desde a semana passada.