27/12/2018 - 15:03
SÃO PAULO 27 DEZ (ANSA) – As condições meteorológicas deste mês de dezembro fizeram com que o setor de energia limpa, composto pelas matrizes eólica, solar e biomassa, apresentasse o maior índice de atratividade do ano, segundo estudo conduzido pela empresa especializada FDR Energia.
“A explicação para os ótimos resultados de dezembro continua sendo as chuvas, que chegaram no tempo certo e foram mais fortes do que o previsto”, explica Erick Azevedo, doutor em comercialização de energia, sócio diretor do Grupo FDR e coordenador do estudo. “A expectativa para 2019 é que o verão chuvoso seja favorável para encher os reservatórios e incentive a migração de empresas que não saíram do mercado cativo em 2018”, completa.
O mercado cativo de energia é formado pelas companhias que, entre outros critérios, exigem do sistema elétrico uma carga inferior a três megawatts e, por isso, têm energia fornecida exclusivamente pelas distribuidoras locais. Caso utilizem energias limpas, as empresas com demanda de pelo menos 500 quilowatts (0,5 megawatt) podem migrar para o mercado livre, ou seja, obtêm permissão do governo para negociar seus próprios contratos com fornecedores do setor.
“Em julho do ano que vem, o novo governo deve baixar o limite obrigatório para compra de energia incentivada”, prevê Azevedo, referindo-se ao limite de carga para a migração para o mercado livre.
O especialista desenvolveu um índice que mede a atratividade das fontes limpas com base no preço médio entre as matrizes eólica, solar e de biomassa, comparado com as tarifas das distribuidoras que dominam o mercado e utilizam as grandes hidrelétricas e as usinas termelétricas (movidas a diesel) como fonte energética. O Índice Nacional de Atratividade do Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia varia de 0 a 1, da mesma maneira que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido pela ONU, que avalia os países baseado em renda per capita, expectativa de vida e escolaridade. Em dezembro, os estados brasileiros com melhor desempenho no índice da FDR foram Tocantins (0,843), Pará (0,829) e Espírito Santo (0,813). Rio de Janeiro e São Paulo ficaram na quinta e na 18ª colocações, respectivamente. A média nacional no mês ficou em 0,723, superior à de novembro, que foi de 0,602.
As principais empresas do setor de energia limpa se reunirão entre os dias 21 e 23 de maio de 2019, em São Paulo, para a Ecoenergy, maior feira do segmento na América Latina e organizada pela Cipa Fiera Milano. O mercado movimenta US$ 15 bilhões por ano e vem ganhando espaço no cenário internacional com o crescente comprometimento das maiores economias mundiais com o desenvolvimento sustentável. A feira é uma evolução da EnerSolar + Brasil, que era voltada apenas para a produção de energia solar e eólica. No ano que vem, também serão contempladas as principais novidades na produção de biomassa e biogás, além de gestão de resíduos urbanos, industriais e automotivos. Mais de 150 empresas estarão presentes no evento, que será realizado no São Paulo Expo e terá entrada gratuita para profissionais do setor. A Ecomondo, uma das mais importantes feiras de economia verde da Europa, é parceira da exposição. (ANSA)