23/09/2024 - 9:13
A AFP reuniu dez momentos-chave da guerra na Faixa de Gaza desencadeada pelo ataque mortal do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023.
Esta ação sem precedentes causou 1.205 mortes em Israel, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
A ofensiva militar de represália iniciada por Israel contra Gaza deixou mais de 41.400 palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde deste território governado pelo Hamas.
+ Bombardeios israelenses contra Hezbollah no Líbano deixam ao menos um morto
Ataque do Hamas
Na madrugada de 7 de outubro de 2023, centenas de milicianos do Hamas se infiltram em Israel e cometem massacres em várias cidades fronteiriças e em um festival de música.
Também sequestram 251 pessoas e as levam para a Faixa de Gaza. Quase um ano depois, 97 ainda estão em cativeiro, embora o Exército israelense considere 33 deles mortos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, promete aniquilar o Hamas, organização considerada “terrorista” por seu país, Estados Unidos e União Europeia.
Ofensiva terrestre
Depois de uma campanha de bombardeios no sul da Faixa, submetida a um cerco total, em 13 de outubro Israel insta os habitantes da Cidade de Gaza, no norte, a fugirem para o sul.
A maioria dos 2,4 milhões de habitantes do território será forçada a deslocar-se pelo menos uma vez durante o conflito.
O Exército israelense inicia uma campanha terrestre em 27 de outubro.
Em 15 de novembro, toma o hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza, que, segundo o Exército, abriga um quartel-general militar do Hamas. A organização islamista nega.
Trégua de sete dias
Uma trégua de uma semana entre Israel e o Hamas começa em 24 de novembro. Este acordo permite a libertação de 80 reféns israelenses e binacionais, em troca da libertação de 240 prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses.
Também foram libertados 25 estrangeiros ou binacionais, a maioria trabalhadores agrícolas tailandeses.
A trégua permite a entrada, a partir do Egito, de mais ajuda humanitária, embora insuficiente segundo a ONU.
Quando as hostilidades recomeçam, o Exército israelense entra com tanques no sul de Gaza em 4 de dezembro, e multiplica os bombardeios aéreos e o combate terrestre.
Mortes durante a entrega de ajuda
Em 29 de fevereiro de 2024, 120 pessoas foram mortas por disparos israelenses, segundo o Hamas, durante a distribuição de ajuda humanitária na Cidade de Gaza. Israel afirma que o comboio foi atacado pela multidão e que os soldados “atiraram em vários suspeitos”.
No início de março, vários países, incluindo os Estados Unidos, iniciaram entregas aéreas de ajuda ao território palestino, ameaçado pela fome segundo a ONU. O primeiro carregamento chega do Chipre em 15 de março.
Sete colaboradores da ONG americana World Central Kitchen, fundada pelo chef espanhol José Andrés, morrem no dia 1º de abril em um bombardeio em Gaza. O Exército israelense reconhece “um erro grave”.
Tensões Israel-Irã
O Irã, em apoio ao Hamas, ataca o território israelense com drones e mísseis em 13 de abril, em retaliação a um bombardeio contra o seu consulado em Damasco em 1º de abril, atribuído a Israel.
Operações no sul
A partir de 7 de maio, o Exército israelense inicia incursões “seletivas” no leste da cidade de Rafah, assumindo o controle da passagem fronteiriça com o Egito de mesmo nome e atacando um campo de refugiados e várias escolas que acolhem deslocados.
Ataques perto de Khan Yunis matam o chefe do braço armado do Hamas, Mohamed Deif, em 13 de julho, segundo Israel.
Temores de guerra regional
Em 20 de julho, Israel bombardeia o porto estratégico iemenita de Hodeidah em resposta a um ataque mortal de drones em Tel Aviv por rebeldes houthis apoiados pelo Irã.
Na fronteira entre Israel e o Líbano, os disparos entre o Exército israelense e o movimento islamista libanês pró-Irã Hezbollah se intensificam.
Um ataque com foguetes mata 12 jovens em 27 de julho em Majdal Shams, cidade drusa nas Colinas de Golã, território sírio anexado por Israel. O Hezbollah nega responsabilidade.
Em retaliação, um bombardeio israelense mata o comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, perto de Beirute, três dias depois.
No dia seguinte, um ataque em Teerã, atribuído a Israel, mata o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.
O Hamas nomeia seu comandante em Gaza, Yahya Sinwar, como substituto de Haniyeh.
Negociações de cessar-fogo
Após dois dias de negociações em Doha, Washington apresenta uma proposta de acordo para um cessar-fogo em 16 de agosto, que o Hamas rejeita. As negociações são retomadas no dia 22 no Cairo e depois na capital do Catar.
Israel e o movimento palestino trocam acusações sobre o fracasso do acordo.
Em 25 de agosto, Israel anuncia que frustrou um ataque do Hezbollah graças a disparos preventivos, enquanto o movimento libanês afirma ter lançado “com sucesso” centenas de drones e foguetes contra Israel para vingar a morte de Fuad Shukr.
Operação na Cisjordânia
Em 28 de agosto, Israel inicia uma operação militar em grande escala contra grupos armados na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.
A ONU pede o fim imediato da operação. A pressão aumenta em Israel depois que o Exército recupera seis reféns mortos em um túnel de Gaza.
– Explosão de dispositivos –
Duas ondas de explosões de pagers e walkie-talkies, usados por membros do Hezbollah, deixaram 37 mortos e quase 3.000 feridos nos dias 17 e 18 de setembro no Líbano.
Os ataques, atribuídos a Israel, mais uma vez levantam temores de uma guerra em grande escala.
O Exército israelense amplia seus alvos de guerra, incluindo o Hezbollah, na fronteira com o Líbano.
O chefe do Hezbollah promete uma “punição justa”.