Desde as primeiras sensibilizações até a multiplicação dos alertas, confira a seguir dez datas-chave da mobilização internacional pelo clima, com vistas à COP28, que começa em 30 de novembro em Dubai.

– 1988: criação do IPCC –

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) nasce em 1988 sob a égide da ONU. Este grupo de especialistas voluntários se encarrega de analisar as mudanças climáticas e de proporcionar bases para as negociações nas conferências sobre o clima.

– 1992: Cúpula da Terra no Rio –

A Cúpula da Terra no Rio de Janeiro lança um primeiro apelo à redução voluntária das emissões de gases causadores do efeito de estufa (GEE) e elabora uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC).

Desde 1995, uma Conferência das Partes, ou “COP”, reúne todos os anos os países signatários desta convenção em uma cidade diferente para avançar na luta contra as mudanças climáticas.

– 1997: Protocolo de Kyoto –

Na COP3, o Protocolo de Kyoto compromete os países mais industrializados a reduzir suas emissões de GEE em 5,2% entre 2008 e 2012, em comparação com 1990.

O alcance do protocolo é reduzido porque não incluía os principais países emergentes, como a China (que se tornou o maior emissor de CO2 em 2006), Índia e Brasil, e porque os Estados Unidos se recusaram a ratificá-lo em 2001.

– 2007: Prêmio Nobel –

O IPCC, que considera no seu quarto relatório que o aquecimento global é “irrefutável”, com o consequente aumento de fenômenos extremos, recebe em outubro o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com o ex-presidente dos EUA, Al Gore.

– 2009: decepção em Copenhague –

A COP15 de Copenhague não consegue chegar à conclusão de um acordo global, mas prepara um texto político, negociado de última hora, envolvendo a China e os Estados Unidos.

O texto estabelece o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a +2 ºC em comparação com a era pré-industrial, mas não informa os meios para consegui-lo.

– 2015: Acordo de Paris –

Adotado em dezembro, no final da COP21, o Acordo de Paris é o primeiro pacto que compromete toda a comunidade internacional, com o objetivo geral de manter o aumento da temperatura média global “muito abaixo dos 2 ºC” em relação à era pré-industrial e, se possível, limitá-lo a 1,5 ºC.

Mas não existe uma meta vinculativa por país e a implementação ocorre em nível nacional.

– 2018: Greta Thunberg e as sextas-feiras pelo clima –

Em uma sexta-feira de agosto de 2018, Greta Thunberg, então uma adolescente sueca de 15 anos, se coloca em frente ao Parlamento sueco com uma placa que diz “Greve escolar pelo clima”.

Em poucos meses, jovens de todo o mundo seguiram exemplo: nasceu o movimento “Sextas-feiras pelo Futuro”.

Greta Thunberg, que anunciou em 2023 que acabaria com o seu movimento de “greve escolar” ao concluir o ensino médio, tornou-se símbolo global de uma geração que luta pelo clima.

– 2022: recorde de emissões e COP decepcionante –

A COP27 em Sharm el-Sheikh (Egito) termina em novembro e fracassa em estabelecer novas ambições para reduzir as emissões de GEE, enquanto um novo recorde para as emissões globais de CO2 marca o ano de 2022, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).

– Dezembro de 2022: acordo de Montreal sobre a biodiversidade –

O acordo de Montreal (Canadá), adotado em dezembro, visa a conter a destruição da biodiversidade, com o objetivo de “que, até 2030, pelo menos 30% das áreas terrestres, de águas interiores, e de zonas costeiras e marinhas (…) sejam conservadas e administradas com eficácia”.

O empobrecimento da variedade de formas de vida na Terra deve-se à atividade humana, especialmente às mudanças climáticas.

– 2023: alerta do IPCC –

O aquecimento climático atingirá o limite desejável de +1,5 ºC, estabelecido no Acordo de Paris, entre 2030 e 2035, alertou o IPCC em março.

O verão boreal (Hemisfério Norte, inverno no Brasil) de 2023 (junho-julho-agosto) registrou as temperaturas médias globais mais altas da História, de acordo com o observatório europeu Copernicus.

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